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cronicas-->Frank, o micro -- 23/11/2000 - 09:24 (Maurício Cintrão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Temos dois computadores em casa.

Um, é este em que estou escrevendo. Ele fica na copa, lugar estrategicamente escolhido pois está ao lado da mesa de refeições, móvel simbolicamente abominado pelas crianças, que odeiam almoço e jantar, apesar de comerem feito piranhinhas ao longo do dia. Logo, escrevo tranquilo.

O outro, está na parte superior da casa (moramos em um sobrado), em uma espécie de rol que existe entre os banheiros, os quartos e a escada. É uma escada bonita, aliás, de madeira. Bom, mas isso não vem ao caso.

Não pensem que sou milionário. Os dois computadores são frutos do glorioso simidão.

Este aqui, mais modesto, é parente de Frankenstein. Foi montado aos pedaços, a partir dos despojos de outras máquinas. Há mais ou menos um ano, eu ainda não tinha pc em casa. Estava naquela sanha de escritor adolescente e precisava escrever a todo custo, ou nasceriam espinhas e a voz desafinaria. Mas não tinha dinheiro. Daí, os amigos foram realizando meus sonhos aos pedaços, emocionados pela minha meninice e solidários com meus textos. Vieram a torre e um primeiro teclado, depois o mouse, os programas... e, de repente, já podia escrever em casa.

O micro que fica lá em cima - incrementado, multimídia, conexão com a Internet e até microfone -, ganhamos em uma promoção da UOL. Isso mesmo! Vocês agora podem dizer que conhecem alguém que ganhou alguma coisa em promoção na Internet. Eu também desconfiava, até ganhar o pc novo. Agora, corro o risco de acreditar em qualquer promoção, até naquelas de enganar trouxa.

Pois, apesar das modernidades do micro novo, lá de cima, tenho por este Frank um amor especial. Tanto que, quando ganhamos o outro, decidi que o "velhinho" ficaria só comigo. Convalescente de um vírus que apagou tudo o que havia nele, foi reconfigurado sem nenhuma sofisticação. Só tem o Office do Windows 95 e, assim mesmo, por causa do Word. Nada de Internet, nada de multi-coisa-nenhuma. É pc para escrita. E para jogar paciência, porque ninguém é de ferro.

De uma certa forma, ele é o elo perdido. Tão rudimentar quanto a máquina de escrever que eu conhecia tão bem. É meu velho romantismo despertado pelas máquinas. É um micro que tem a limitação necessária para que eu possa acioná-lo apenas quando quero escrever. É meu telefone vermelho com o Kremlin dos meus textos.

Frank e a poltrona de vime estão formando a dupla mais eficiente da casa em matéria de cronicas. Com esta, já são três e acho que a carreira da equipe deve durar muitos e muitos anos. Até que a modernidade da eletrónica ou o meu peso excessivo, promovam algum desastre nas comunicações.

Maurício Cintrão
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