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cronicas-->SOBRE ESPERANÇA -- 30/05/2005 - 17:44 (thiago schneider herrera) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A esperança deveria ser vendida em supermercados, empacotada com data de validade, informações de utilização, de mais fácil abertura do que pote de azeitona ou palmito, de sabores variados, com um logotipo Pop-Art comestível e descartável e frequentes promoções de leve 2 pague 1. Mas é tudo muito diferente né? A televisão luta diariamente pra aniquilar de dentro de meu peito a frágil esperança que possuo, que não foi comprada em supermercados, mas que foi emprestada de um olhar de criança que me fitou ontem com um olho grande, curioso e fantástico, ou quando, anteontem queria saber se Deus existia e perguntei pra um bêbado e ele me disse que sim, e que de nada parece com um ancião repreensivo de barba branca hirsuta cinematográfica, ou quando encontro meus amigos e tolamente sonhamos em mudar o mundo e tudo mais e coisa e tal as 4 da madrugada, cabeça encharcada e peito transbordante de esperança infantil.
Todos os dias, lá pelas 3:00 da tarde me bate uma sensação de esperança absurda, logo substituída pela realidade que não sossega enquanto não me pega, diariamente lá pelas 3:05. Como se esperançar num mundo em que te obrigam a viver uma vida patética em que quase tudo circula entre o ganhar dinheiro, casar, ter filhos e morrer infeliz por não ter, no meio desse caminho idiota feito quase nada que se queria ter feito? As pessoas me vêem como um inveterado pessimista e niilista, de fato, dessa vez, como quase nunca, acertaram. Como não ser?
Mas confesso, sem ou com pouca vergonha, que ainda tenho esperança abastecida nos olhares puros e sinceros das crianças, quando, embriagado, lá pelas tantas num churrasco qualquer com o Rubinho e o Fabão, rachando de rir, decidimos ter esperança e ponto final, virando em seguida uma pinga e mandando pra dentro carne com gordura e automaticamente sendo metralhados pelos olhares dos pseudo-vegetarianos que tá na moda e sempre estão por perto porque, ou talvez na crença meio infantil e romàntica que ainda daremos certo, mas admitindo aberta e sinceramente que não imagino como muito menos por que, só acredito tolamente como de fato devam ser todas as crenças; tolas na essência...
Esperança, porque não tê-la? Concordo que não é uma questão de simplesmente querer ou não querer. Nesse caso, é uma questão de ter ou não ter. E nunca decidida assim, facilmente como se decide ir ali ou não ir ali. Meu amigo me pediu pra escrever uma crónica sobre esperança, porra, seria mais fácil se ele me pedisse pra salvar o mundo das atrocidades de toda insensatez desmedida desencadeada pela incoerência de ações que opera entre o querer e o poder dentro das mentes mesquinhas dos irresponsáveis que detém o poder do mundo e que hoje se limita a fazer ou não guerra. O espaço é tão infinito que nos propicia um vazio intenso tão ou mais intenso que os sorrisos fabricados dos políticos em campanha eleitoral. Em casa, constrói-se um sorriso maniqueísta e sai ás ruas pra vender uma imagem de pai de família dedicado e respeitoso, abraçando os filhos e a mulher numa imagem feliz e deprimente. Amigos, se um dia eu me tornar um assassino frio e calculista não se preocupem, não consegui segurar a bronca e perdi a esperança por completo.
Até lá vou seguindo, me enganando com todas as mentiras que se propaga pela boca dos falsos profetas engravatados que bebem uísque que fumam charutos fedorentos que comem putas baratas que falam cuspindo, que roubam o povo pra engravatar-se, beber uísque, fumar charutos fedorentos e comer putas baratas enquanto cospem em sua cara infeliz.
Nossos heróis estão aposentados em filas enormes de siglas incompreensíveis, perdendo tempo em receber uns trocados ou pra ser atendido por uma enfermeira mal humorada ao invés de guiar o mundo ao contrário dessa direção perdida. Ainda acho que temos que mudar o mundo, você não acha? Minhas mãos transformam papel em branco em imagens. Faço minha parte. Faça a sua...




T.S.H.


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