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cronicas-->Fingindo intelectualidade com cara de merda -- 19/03/2005 - 12:54 (thiago schneider herrera) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Sentado aqui, na frente desse computador me engano com café. TV ligada, nada interessante. Som com volume médio, boa batida, mas letra insignificante. Luz acesa e janela aberta, nada demais. O jornal mente. A música é chata agora. E olho o resto de café no copo e penso em bebê-lo, concluo que não. Finjo acreditar em Deus, nas idiotices que jorram pela boca das pessoas e nas mentiras que o àncora do jornal de gravata em contraste com o paletó me diz com cara séria para facilitar minha degustação insossa dessas mentiras que não são suas.
Os deputados estão felizes porque agora ganharão mais. Os imbecis estão felizes porque imbecil não consegue calcular sua burrice. As madames estão felizes porque seus maridos gordos e bebedores de uísque foram fechar negócio em algum lugar e só voltam domingo à noite. Os maridos das madames estão felizes agora porque comerão putas baratas e farão elas fazerem coisas nojentas e bizarras porque em casa é só sexo careta e 1 vez por mês. Os inúteis estão felizes porque riem de tudo, fazem o que se tem de fazer, choram pelo time do coração e se esforçam pra agradar o chefe, que hoje não foi trabalhar porque foi fechar negocio em alguma cidade distante e comer putas baratas e sonhadoras.
Não consigo esperar nada das pessoas. É difícil me decepcionar, porque não espero simplesmente nada das pessoas. Os seres humanos mataram toda esperança que eu tinha em meu peito. Para mim, são apenas coisas flácidas sustentadas por ossos e um mecanismo interno complexo. Que matam, plantam flores em seus jardins tristes, usam óculos de grau com armação preta porque está na moda, bebem refrigerante ligth pra andar na praia à vontade com aquela saia da primeira menstruação, compram jornais para ler as notícias de seu time que não paga os impostos fudendo o plano corrupto do governante safado, que comem de boca aberta merda fast-food, que compram CD pirata, que gastam 100 reais em uma calça jeans desnecessária, que enche a cara de maquiagem se escondendo atrás de uma fantasia inoperante e impotente, que fala alto pra chamar a atenção, que finge gostar de cinema, teatro e arte pra justificar as atitudes intelectuais e mentirosas, que se enchem de tatuagens pra entrar na moda dos amigos e semelhantes. Ah, somos um bando de loucos carentes, soltos por aí, séquitos atrás de falsos heróis, mendigando um abraço, um ombro amigo pra nos proteger do mundo cruel, do vazio das "utilidades" da vida. A inutilidade de seus pensamentos me dói dentro.
Hoje eu quero silêncio. As pessoas pensam demais que eu sou isso, aquilo, e deixam de pensar quem realmente são. É uma forma de fuga do espelho interno. Na verdade as pessoas precisam de temas para discutir suas discussões banais em mesas de bar, pelo telefone celular ou em rodas de amizades duvidosas e pseudos reais. No fundo, espectros humanos desesperados e ansiosos por uma verdade ou por uma mentira para valer seu dia sem emoções e tedioso, culminando num fim de tarde sem graça e distante.
Tó de ressaca pra variar. Ontem a noite foi longa, regada a cerveja e conversas idiotas. Uns vendendo suas verdades, outros as aceitando, uns pedindo cerveja insistentemente por se sentir só, outros sentindo o fim próximo e dizendo pra menina bonita da mesa que quer transar com ela sem camisinha e de forma selvagem. Isso é vida, pelo menos parece ser...
Hoje eu quero silêncio. Meu fim está próximo. Preciso saber o que falar pra minha mãe e pra minha namorada. Com licença que eu vou fingir intelectualidade com cara de merda. Vale a pena.

T.S.H.
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