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cronicas-->HIPOCRISIA DE FINAL DE ANO (festas natalinas, festas?) -- 14/01/2005 - 14:23 (thiago schneider herrera) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Festas de fim de ano. Natal é a hipocrisia fantasiada de caridade e presentinhos sem graça como as bermudas estampadas da tia distante ou o CD do Ara Ketu da Vó desatualizada. Ano novo, nada mais que a virada de um dia pro outro em que todos ficam um pouco mais bobos. E lá vêm as promessas de um ano melhor. Promessas tipo, emagrecer 5 quilos, sorrir mais, brigar menos com as vizinhas fofoqueiras, comer mais frutas e menos lixo fast-food, ler livros bons e parar de assinar revista Caras, ser mais generoso, ajudar os necessitados, doar sangue pelo menos duas vezes ao ano, cortar o cabelo ao estilo da moda, sair mais, beber menos, transar mais, comer menos, e blá blá blá...papo furado!
Nada muda com a simples mudança de 2004 pra 2005, grande merda!
As guerras continuam, a fome continua, a miséria continua, o funk carioca continua. É legal ter esperança? Deve ser. Eu perdi a minha assistindo ao tele jornal noturno de forma burguesa e nojenta sentado, como você, em meu sofá confortável e caro comprado numa loja de departamentos qualquer tipo Casas Bahia que suga sua mente nos comerciais em que esperamos para saber dos desastres do mundo afora. Pra esses pobres coitados a mudança do dia 31 pro dia 01 não significa nada, só mais um dia de dor.
Enquanto nos esbaldamos bêbados e drogados em nossas praias banhadas pelas nossas roupas limpas e brancas e sorrisos alvos dizendo entre as entre linhas que queremos paz só por usar o branco que nada mais é que a ausência de cor e por isso a "cor" mais idiota que existe. Foda-se o champanhe, foda-se as lentilhas, foda-se as 7 ondinhas idiotas, foda-se os abraços sinceros e honestos á meia noite, foda-se os fogos de artifício nas praias idiotas, foda-se as promessas e desejos enganosos e pseudo melhoradores do mundo cruel, foda-se a máscara patética vestida pelo breve momento do engano da ilusão de que no momento da virada haverá a transformação não conseguida em anos de vida, em muitos reveillóns repletos das mesmas promessas nunca atingidas porque a fantasia e a sensação poética da virada termina e junto com ela vem a realidade de que as coisas são conquistadas de forma lenta e gradativa, e não apoiada de forma estúpida na esperança sincera, porque não, de mudança súbita embriagados pela mentira de um ano melhor pelo fato de o dia 31 virar pro 01 de outro ano.
Hoje, o mundo se odeia. Mas nessa época não. Todos se abraçam, se beijam, se lambem, passam a mão um na bunda do outro, os americanos abraçam muçulmanos, os franceses abraçam ingleses, o rico abraça o pobre, o branco abraça o preto, e todos se abraçam num momento de amor mundial. Porra, é de se causar asco. No dia seguinte volta-se a rotina preconceituosa e realista da verdade que não nos nega. No corredor cruzo com minha vizinha e rola um oi tímido, e olhe lá, na padaria olho feio pro padeiro que demora a me dar o pão, no bar xingo o garçom pela cerveja quente, no trànsito não deixo ninguém me passar e se passa tento fechar, na fila xingo o velho que não pega fila, na rua jogo sujeira no chão, corto árvores, brigo com a empregada, jogo lixo na vizinha e compro o CD do Bonde do Tigrão e escuto no ultimo volume dançando escondido no meu quarto de porta trancada.
Aí vem chegando as festas natalinas e tudo vai mudando. Matar em julho é normal. Matar em dezembro é o fim do mundo. Fome em abril, bom, essa é a realidade. Fome em dezembro não, ah, estou cheio de caridade. Miséria na África em setembro é igual a todos os setembros da história. Mas miséria em dezembro não pode, vamos arrecadar fundos para nos enganarmos que somos Papai Noel dos pobres e desesperados. Música ruim em agosto até acontece, e muito, mas no verão é mais fácil, as pessoas estão idiotas pelo calor das praias da azaração e paquera e música ruim e biquínis pequenos e caipirinha coM gelo.
Faço questão de não me importar muito com essas datas comemorativas, em que as pessoas se fantasiam de beleza e paz enquanto no resto do ano a fantasia fica esquecida no fundo do armário empoeirado e sujo pelo não uso por motivos sinceros e verdadeiros.
Adeus Natal, adeus ano velho, que tudo se realize no ano que vai nascer, muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender...pena os miseráveis não ter dinheiro pra comprar os seus restos de fartura!

T.S.H.









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