Ontem fui a um churrasco.
Estranho. Nem muita intimidade tinha com o anfitrião. Mas o convite veio.
Nonó é daqueles que dizem: "Você não gosta de pobres!".
Aceitei pra não ouvir.
Levantar ás 7. Domingo. Tragédia total. Mas fiz.
Cheguei primeiro. Rodei o "sítio". Nada para churrasco... fiquei desconfiado.
Veio a explicação: O pessoal está chegando, "vão" trazer as coisas.
De repente um grito: O pessoal "chegaram!"
Uma kombi. Um tanto enferrujada. Uma caminhonete, meio desconjuntada.
Umas 20 pessoas. Bermudas e Havaianas.
Uma figura se destaca: senhora gordona, vestidão largo, unhas enormes. Um suspeito tom escuro sob elas. Esmalte descascando.
Latas de banha como vasilhas. Instrumentos musicais. Baralhos. Saco plástico com farofa. Outro com limões. Litros de pinga. Monte de Cds de música caipira. Por cima um de Cristian e Ralf.
Aroma de perfume barato.
Uma mulher diz: "Vou cortar as "carne". (Ela mesma, a das unhas).
Fui ao banheiro. Volto com celular tocando (Teste de campanhia). Finjo que atendo. Ar preocupado. Mãe não está passando bem. Me despeço apressado. Mil desculpas. Arranco o carro aliviado.
Agora eu aqui. 2 da tarde. Com fome. Vontade de comer churrasco.
Alguém tem um pedacinho de carne aí?
