Lidar com diferenças não é fácil para mim.
Lidar com as diferenças sociais, económicas,políticas é fundamental para que construamos uma história que depois possa ser lida e relida. Por nós, filhos, netos, etc.
E entender a diferença é fundamental para garantirmos bons exemplos.
Tento respeitar, tolerar e compreender sempre.
Eu tento tomar cuidado e distinguir a diferença real daquela que por mim foi criada.
A diferença real é aquela que vemos claramente com nossos olhos.
Por exemplo, pessoas ricas e pobres, cultas e analfabetas, educadas e não educadas, agressivas e bondosas.
Mas muitas vezes criamos certas diferenças que servem de bloqueio. Para que nós mesmos não percebamos que somos diferentes dos outros.
É um escudo para nos proteger de nossas próprias diferenças em relação aos outros.
Nesses casos, relacionamo-nos através das semelhanças. E se elas não existem e desejo manter a relação, criamos algo que seja igual. E essa igualdade servira de base para construir a relação. Que já em seu inicio não será real. Simplesmente porque não queremos entender que o mundo tem particularidades.
Quando vemos somente o que é igual, perdemos a maravilhosa chance de ajudar ao mundo.
Porque lutaremos sempre contra nossos próprios olhos. Eles decifram um mundo diferente que não queremos enxergar. E usamos nosso escudo para nos defender das diferenças do mundo.
Quando o escudo entra em ação, sentimo-nos mais seguros. E com o tempo, preferiremos nos esconder atrás dele. Ele será nossa defesa. Mas também nos defenderemos daquelas diferenças reais, que passam até por contrastes sociais -rico e pobre, culto e analfabeto, etc.
Teremos dificuldade em entender estas diferenças sociais, porque afinal de contas, o mundo passara a ser basicamente igual em todos os seus aspectos.
Existem históricos terríveis de como a busca pela igualdade - e condenação do que era diferente- levou o mundo ao caos, a morte, a tragédia psicológica e ao massacre de seis milhões de judeus. A segunda guerra.
A busca desenfreada pela igualdade em tudo e todos leva ao fim do contraste nas relações. Passamos a ser eternos visitantes passivos no mundo em que vivemos. Porque não valera a pena viver até como forma de minimizar os contrastes sociais em que vivemos, porque diga-se de passagem o interesse é todo nosso.
No momento em que abdicamos do interesse em compreender e assumir que o mundo é diferente do que gostaríamos, estamos abrindo mão de viver no mundo que nos foi oferecido.
Só que tem um porém: esquecemos que as diferenças começaram a milhares de anos atrás. Na criação do mundo, quando Deus fez o homem e a mulher.
Deus criou a partir dali dois seres que conviveriam e explorariam também suas diferenças.
Se foram bem exploradas, no sentido de extrairmos desde o inicio aquilo que temos de melhor não posso avaliar.
Mas vale a pena nos questionar se o mundo que é mundo não se acalmara quando abolirmos o uso de nossos escudos e explorarmos o lado positivo de cada um, e que é diferente do nosso- para melhorarmos o mundo real em que vivemos. E não um mundo "IGUAL",por nós desejado, mas impossível de se construir.
Levando-se em conta que lá no começo do mundo Deus já disse que a diferença pode ser o caminho certo para a evolução deste próprio mundo.
Evolução rumo à aceitação. Mas que sempre será imperfeita.
As diferenças do mundo nos dizem claramente porque não somos nem NUNCA seremos seres perfeitos.
