Tudo que parte para o extremo me preocupa. Quem nunca chora e quem chora demais. Quem nunca ri e quem vive à s gargalhadas. Quem gasta muito e com facilidade e quem é sovina. Com recorrência quero o mundo ideal e vivo no mundo do possível. Todo o tipo de fanatismo me assusta. Mas atualmente o que está me desnorteando e fazendo com que me sinta em total impotência, é o tratamento que vem sendo dado à vida. Chamemos isto de banalização da vida. Por muito pouco, quase nada, se mata, se morre, se ignora e parece que tudo continua como dantes.
Parece que as pessoas estão perdendo o poder de indignação, aquele sentimento que provoca a transformação e não a simples reação.
Por mais que não nos fixemos em noticiários da página policial, pois há coisas mais edificantes para serem ouvidas e lidas, é impossível não comentarmos fatos como o do bebê jogado contra o para brisa pelos próprios pais; do pai que mata a filhinha de dois anos para se vingar da mãe da criança; da moça bem criada que planeja e mata pai e mãe , do grupo de jovens que mostram as genitálias e aí um cidadão ofendido entra numa briga e se matam, pela grosseria feita pelos já banais rapazes, e assim por diante sem falar nos crimes passionais, nos sequestros relàmpagos, nos assaltos seguidos de morte que estampam diariamente as paginas dos jornais. Isto ainda nada perto das guerras e da insanidade deste louco chamado Busch que comanda a maior potência do mundo, que potência é esta que quer mandar seus filhos para a guerra e matar filho dos outros por petróleo? Sim porque não há outra razão convincente senão a dos próprios interesses do cidadão oriundo das oligarquias do petróleo norte americano.
Estaria o homem em franca regressão moral? Estaria o ser humano poluído mentalmente a ponto de banalizar de forma tão profunda a vida? Ou brinca o homem de semi Deus por achar que estica a mão liga um botão e faz voltar a vida como em qualquer videogame vagabundo.
Estaria o ser humano tão despreparado para todo este enorme desenvolvimento científico, eletrónico e pirou total? Será que estamos indo depressa demais??
São perguntas que à s vezes me atormentam, por que perpassam o nosso dia-a-dia.
Procuro ler sobre educação de filhos, sobre comportamentos empresariais, regras de convivência, decodificando as informações o quanto possível pelo meu conhecimento,para uso no dia-a dia pois as teorias são fáceis de escrever difícil é tal da prática e assim mesmo parece que cada dia sei menos.
A violência urbana é algo que aparece em todas as pesquisas como o que mais incomoda as pessoas. Eu temo e abomino a violência . Desde a mais "inocente" palmada a violência psicológica da tirania.
E aí parece que entramos num beco sem saída, pois o ser humano tende a reproduzir aquilo que ouve e vê praticar.
Será que é possível reverter isso? Ainda acredito que sim. Mas a reforma é a mais difícil possível pois ela tem que ser a reforma interior de cada um, e sempre a culpa é dos outros. Este sentimento idiota chamado culpa e este milenar comportamento humano de olhar para os outros e não para si mesmo, parecem que bloqueiam as tentativas de reforma, como a figura da tentação do mal.
Apesar de tudo, e num esforço diuturno, quero continuar acreditando no Mensageiro dos Ventos..