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Textos_Religiosos-->23 - Da meditação da morte -- 29/04/2010 - 14:52 (José Francisco Bessa da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
23 Da meditação da morte


1. Mui depressa chegará o meu fim neste mundo; devo vê, pois, como me preparo: hoje está vivo o ser humano, e amanhã já não existe. Entretanto, logo que se perdeu de vista, também se perderá da memória. Ó cegueira e dureza do coração humano, que só cuida do presente, sem olhar para o futuro! De tal modo me devo haver em todas as minhas obras e pensamentos, como se fosse já a hora da morte. Se tivesse boa consciência não temeria muito a morte. Melhor evitar o pecado que fugir da morte. Se não estou preparado hoje, como o estarei amanhã? O dia de amanhã é incerto, e quem sabe se me será concedido?

2. Que nos aproveita vivermos muito tempo, quando tão pouco nos emendamos? Oh! nem sempre traz emenda a longa vida, senão que aumenta, muitas vezes, a culpa. Oxalá tivéssemos, um dia sequer, vivido bem neste mundo! Muitos contam os anos decorridos desde a sua conversão; freqüentemente, porém, é pouco o fruto da emenda. Se for tanto para temer o morrer, talvez seja ainda mais perigoso o viver muito. Bem-aventurado aquele que medita sempre sobre a hora da morte, e para ela se dispõe cada dia. Se já vi alguém morrer, devo refletir que também eu passarei pelo mesmo caminho.

3. Pela manhã, devo pensar que não chegarei à noite, e à noite não me promete o dia seguinte. Por isso andarei sempre preparado e viverei de tal modo que me não encontre a morte desprevenido. Muitos morrem repentina e inesperadamente; pois na hora em que menos se pensa, virá o Filho do Homem (Lc 12,40). Quando vier àquela hora derradeira, começarei a julgar mui diferentemente toda a minha vida passada, e doer-me-á muito ter sido tão negligente e remisso.

4. Quão feliz e prudente é aquele que procura ser em vida como deseja que o ache a morte. Pois o que dará grande confiança de morte abençoada é o perfeito desprezo do mundo, o desejo ardente do progresso na virtude, o amor à disciplina, o rigor na penitência, a prontidão na obediência, a renúncia de si mesmo e a paciência em sofrer, por amor de Cristo, qualquer adversidade. Mui fácil é praticar o bem enquanto estou são; mas, quando enfermo, não sei o que poderei. Poucos melhoram com a enfermidade; raro também se santificam os que andam em muitas peregrinações.

5. Não confiarei em parentes e amigos, nem protelarei para mais tarde o negócio de minha salvação, porque mais depressa do que penso me esquecerão os homens. Melhor é providenciar agora e fazer algo de bem, do que esperar pelo socorro dos outros. Se não cuidar de mim no presente, quem cuidará de mim no futuro? Mui precioso é o tempo presente: agora são os dias de salvação, agora é o tempo favorável (2Cor 6,2). Mas, ai! Que melhor não aproveito o meio pelo qual posso merecer viver eternamente! Tempo virá de desejarei, um dia, uma hora sequer, para a minha emenda, e não sei se a alcançarei.

6. Olha, minha alma, de quantos perigos te poderias livrar e de quantos terrores fugir, se sempre andasses temerosa e desconfiada da morte. Procurarei agora de tal modo viver, que na hora da morte me possas antes alegrar que temer. Aprenderei agora a desprezar tudo, para então poder voar livremente a Cristo. Castigarei agora meu corpo pela penitência, para que possa então ter legítima confiança.

7. Ó louco eu sou, que penso viver muito tempo, quando não tenho seguro nem um só dia! Quantos têm sido logrados e, de improviso, arrancados ao corpo! Quantas vezes ouvi contar: morreu este a espada; afogou-se aquele; este outro, caindo do alto, quebrou a cabeça; um morreu comendo, outro expirou jogando. Estes se terminaram pelo fogo, aqueles pelo ferro, uns pela peste, outros pelas mãos dos ladrões, e de todos é o fim a morte, e, depressa, qual sombra, acaba a vida do homem (Sl 143,4).

8. Quem se lembrará de mim depois da morte? E quem rogará por mim? Farei já, quanto puder; pois não sei, quando morrerei nem o que me sucederá depois da morte. Enquanto tenho tempo, ajuntarei riquezas imortais. Só cuidarei em minha salvação, ocupa-me só nas coisas de Deus. Granjeiarei agora amigos, venerando os santos de Deus e imitando suas obras, para que, ao saír desta vida, me recebam nas eternas moradas (Lc 16,9).

9. Me considerarei como hóspede e peregrino neste mundo, como se nada tivesse com os negócios da terra. Conservarei livre meu coração, e erguido a Deus, porque não tennho aqui morada permanente. Para lá dirigirei minhas preces e gemidos, cada dia, com lágrimas, a fim de que mereça minha alma, depois da morte, passar venturosamente ao Senhor. Amém.

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