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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->A FAMÍLIA -- 18/12/2002 - 14:40 (COELHO DE MORAES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A FAMÍLIA
-Coelho De Moraes-
baseado na obra de Woody Allen
Cora (C ), Aroldo (A), Linda (L), Emilia (E)
CENA 1
Casal C e A, namorando num sofá. Namoro tórrido.
C: Você é adorável.(agarração) Vai me telefonar um dia?
A: Telefonar? Se pudesse levaria você para minha casa agora.
C: (sorrindo coquete) Hmmm, que bom. Sabe que achei que você não estava me dando a mínima?
A: Você é fantástica.
(Um olha para o outro. Sorriem e se decidem. Corte. O casal tomba sobre a cama e a cena é do início da retirada das roupas, intensamente. Corte).
CENA 2
Sob os lençóis, após o sexo.
A: (pensando) O que é que o destino me reserva após essa noite de tanto prazer? Ficarei cego? Paraplégico?
CENA 3
(O casal visita museus e lugares eruditos. Conversam e tudo deve parecer que a conversa é extremamente refinada e graciosa. Corte. Restaurante).
C: Prefiro Tchekhov.
A: Eu espero que você leve a sério essa história de ser atriz.
C: Olha! Meus pais vão oferecer um churrasco no sítio e eu quero que eles o conheçam. (A faz um gesto displicente) Você vai ver. Papai é um tesão! (A que está comendo para com a comida dentro da boca) Além de ser gênio. Mamãe também é linda. E seus pais?
A: Bem, eu não diria exatamente lindos. Na verdade eu não tenho realmente uma idéia clara da aparência da minha família. Normalmente eu comparo os parentes da minha mãe com o pessoal da família Adams.
C: Mas, vocês se visitam.
A: Sim... e não é que não nos gostemos – apenas ficamos brigando o tempo todo. Acho que isso tudo começou naquela época em que Deus fez aquele acordo com Abrão.
C: Meus pais nunca brigam. Podem ficar um pouquinho altos, mas são sempre carinhosos. E meu irmão Daniel é ótimo... meio louco... mas ótimo... faz música... eu o chamo de Dani.
A: Estou ansioso para conhecer todos eles.
C: Só espero que não se apaixone por Linda, minha irmã.
A: Ora... ora...
C: Ela é dois anos mais nova do que eu, ela é brilhante e sensual. Todo mundo fica doido por ela.
A: Puxa, parece uma coisa! (Cora dá um tapa no rosto de A).
C: Não se atreva a gostar mais dela do que de mim.
A: (com a mão no rosto) Eu se fosse você não me preocuparia.
C: Promete?
A: Vocês são assim tão competitivas?
C: Não! Na verdade nos adoramos. Mas ela tem um rosto de anjo e um corpo que vou te contar! Puxou à mamãe. Sem falar em seu Q.I. que mais parece um placar de basquete, além de um fantástico senso de humor.
A: Você é linda (e a beija de leve na boca).
CENA 4
(A deitado em sua cama. Luz da tarde. Ele pensa enquanto põe um saco de gelo na cabeça).
A: (off) e se Linda for mesmo essa maravilha? E se for irresistível como Cora vem dizendo? Será que eu consigo ficar longe dela? Do jeito que sou, a fragrância de seu corpo e a incrível cabeça de uma garota que já se chama Linda não me desviarão de minha paixão por Cora em busca de algo mais fresco e apetitoso? Afinal não estou perdidamente apaixonado por Cora.
CENA 5
(Sexo entre C e A . Cenas mais quentes de beijos sobre ombros e babação de pescoço. Nada mais.)
CENA 6
(No carro)
A: O namorado de Linda estará lá?
C: Não. Terminaram. Linda não os agüenta por mais de um mês. Eles ficam alucinados demais. (close no rosto canalha de A .)
A: Em off: Como se não bastasse a moça está disponível.
CENA 7
(Churrasco. Chegadas do casal. Cumprimentos aos presentes felizes. Boa diversão, perto da piscina. Momento dramático da visão estonteante de Linda, primeiro e, depois, da mãe Emília. Enquanto a mãe fala, sem sons, A está deslumbrado)
A (em off): Que protoplasmas os dessa família! (com a visão dos componentes da família como num quadro) Que produção em série de genes premiados. (E caminha com o convidado para cima e para baixo. Conversa entre o pai e A . A irmã mais nova e irmãos discorrendo sobre qualquer assunto. C e A juntos tomando um vinho e o tempo passa).
CENA 8
(Num sofá daquela casa. A sós. A deitado com a cabeça no colo de C)
C: São uns doces, não são?
A: Muito.
C: Papai não é um tesão? Eu o acho uma graça. (olhar estranhado de A para C) E mamãe estava fantástica hoje. Melhor do que há muito tempo. Ela andou gripada ultimamente.
A: É! Ela é uma coisa.
C: As fotos e colagens que ela faz são muito boas também. Gostaria que papai a incentivasse mais, em vez de ser tão careta. Mas, essas coisas criativas nunca fizeram o gênero dele.
A: Uma pena. Espero que não venha sendo muito frustrante para ela este tempo todo.
C: Mas, tem sido. E Linda? Não se apaixonou por ela?
A: Ela é uma delícia, mas não chega ao seus pés. Pelo menos na minha opinião.
C: Estou mais aliviada, agora. (e belisca a bochecha dele. Cenas mescladas de Emilia andando perto da piscina, bebendo, conversando).
CENA 9
Passeios a três. A, E e C. Museus, bares, restaurantes, livrarias.
CENA 10
(A chegando em casa. C o olha com atenção. A fica sem jeito.)
A: Levei sua mãe para ver a exposição de Matisse. (pausa)
C: Eu sei. (pausa) Ela adorou.
A: Que mulher de sorte. Parece ser tão feliz, Tem um casamento ótimo. Não é? (pausa) Ah! Quero dizer... ela disse alguma coisa?
C: Disse que vocês bateram um ótimo papo depois, sobre as fotos dela.
A: Foi. (pausa) Disse mais alguma coisa? Sobre mim? Quer dizer.. será que não tomei demais o tempo dela?
C: Oh Não. Ela te adora.(sorriso sacana por parte dele)
A: É mesmo?
C: Com Dani passando cada vez mais tempo com papai, ela te vê quase como um filho. ( o sorriso dele morre nos lábios)
A: Um filho?
C; Acho que ela gostaria de ter tido um filho que se interessasse pelo trabalho dela, como você. Alguém mais chegado à cultura do que Dani, mais sensível às suas necessidades artísticas. Acho que você preenche essas carências.
CENA 11
(A e C estão assistindo TV. Ela come pipoca e ele está amuado. Close na cara amuada. no canto do sofá. No pensamento de A ele está fazendo amor. Passagem da câmera dos pés entrelaçados até os ombros quando se nota que A pensa em E. Close na cara de sacana feliz.)
A: (grita) É isso mesmo!
C: O que foi Aroldo? ( ele senta abruptamente, esfregando as mãos)
A: Nada, nada... ( e pula pra cima dela).
CENA 12
(Corte para meses depois, os dois sentados na cama, tristes. Ela com a mão apoiada na cabeça)
A: O que aconteceu? O que eu fiz?
C: OH! Meu Deus, não é sua culpa...
A: Então me diz o que foi!
C: Não sei. Só sei que não estou com vontade. Temos, obrigatoriamente de fazer sexo toda noite?
A: Três vezes por mês não é toda noite? Inda mais se contarmos que é sempre no seu período fértil.
C: Você quer dizer que é só no meu período de cio?
A: Há essa coincidência, não podemos negar... Não que eu queira, pois pode parecer que é apenas uma atitude animal e isso vai dar suporte á idéia de que o homem pode toda hora e a mulher só no seu período de fertilização.
C: Cala essa boca. Não quero. Você sabe que eu não estou numa boa.
A: Como, não está numa boa? Está saindo com mais alguém?
C: Claro que não.
A: Ainda me ama?
C: Antes não te amasse.
A: Então, qual é o grilo, por que está desse jeito?
C: Não sei... só sei que não consigo trepar com você.(pausa) Você me lembra meu irmão.
A: O que?
C: Você me lembra Dani. Não me pergunte por quê.
A: Seu irmão. Você está brincando?
C: Não.
A: Mas ele tem 23 anos!É louro, bonito pra cacete, trabalha no escritório de advocacia do seu pai, e eu faço você se lembrar dele?
C: Sei lá.. é como ir para cama com ele.
A: Está bem, está bem... Não chore. Tudo vai terminar bem. Vou tomar uma aspirina e me deitar. Não estou me sentindo bem. Não se preocupe... isso é temporário
C: Você me entende?
A: Claro. Eu passei por isso, quando estava na faculdade. Fracassei na cama com uma colega de classe só por que ela se parecia com a minha Tia Alzira. Sabe. Tinha a mesma cara de esquilo. ( A põe a mão na cabeça, como se estivesse com enxaqueca) É melhor ir dormir. Descanse. Tome uma aspirina também...
CENA 13
(Os dois na cama, dormindo. Meia luz. Subitamente A acorda, senta na cama e grita!)
A: Pô!
( C acorda vagamente , olha pra trás e volta a dormir. A volta a dormir).
CENA 14
( No café da manhã)
C: Por que você não procura outras mulheres? O que mais posso oferecer?
A: Não preciso de outras mulheres. Amo você.
C: E eu amo você. Você sabe. Mas, não consigo ir para cama com você.
( A a olha com desconfiança. Alternaremos as tomadas. A a olha. C está com um biscuit na boca. A olha com mais ansiedade. C está com um picolé na boca. A olha mais desesperado ainda. C está com uma baguete na boca. A está quase enlouquecendo. C está com uma bananana boca pondo e tirando).
A: (grita) PÔ!
C: (a mesa de café em estado normal) O que foi, querido?
A: Definitivamente, você está saindo com alguém!
C: (ela hesita, mas acaba entregando) O que você quer que eu diga? Não é o que você está pensando. Só faço isso para ter certeza de que não estou brocha de uma vez. De que ainda sou capaz de gostar de sexo.
A: Quer dizer que você gosta de sexo com todo mundo, menos comigo?
C: Isso mesmo... mas é só a você que eu amo...Você me lembra meu irmão.... e um primo longe... (A está furioso).
A: Chega dessa asneira. Não quero mais saber disso.
C: Eu disse a você para procurar outras mulheres.
A: Tentei evitar mas agora estou vendo que vou ter de fazer isso.
C: Por favor... não evite. É u’a maldição sobre nós.
(A sai jogando o guardanapo na mesa. Ela fica chorosa. Ele volta, pára atrás dela. Ela sorri, como se fosse receber uma abraço ou beijo. Ele se debruça e pega a banana).
A: E essa banana é minha. ( A sai. Pelas suas costas ele houve).
C: Tenho uma última notícia. ( ele pára para ouvir sem se virar) Meus pais vão se divorciar. ( ele sorri e olha para a banana. Bate a banana na mão e sai com ar de safado).
CENA 15
A na cama, sentado, de roupão. Várias pequenas tomadas. A com jornal. A fumando. A jogando cartas. A bebendo. A vendo TV. A lendo. Sempre em volta dele mulheres, em grupos, com roupa sensuais com atividades corriqueiras: servindo água, tricotando, dobrando roupas, limpando sapatos, arrumando a mesinha...
CENA 16
A e E no mesmo restaurante.
E: (um pouco chateada) E aconteceu de nos separarmos... ou como se diz na minha terra, de descasarmos. (A dá um sorriso de compreensão e põe a mão no joelho de E) Tenho que ver isso como portas que se abrem... (A sobe a mão para o meio da coxa) ... possibilidades de uma nova vida... (A põe a mão sob o vestido)... Aroldo (meio arfante. A põe a mão no meio das pernas dela) ... desse jeito eu não vou manter a minha dignidade de sogra ( Tomada de uma cara safada de A ... ele não liga, como dizendo: isso é com vc. Olham-se. Mão nas pernas... Ela faz a mesma coisa. Beijam-se).
A: Quero me casar com vc.
E: Não brinque.
A: Não estou brincando e não deixo mais barato.
CENA 17
Casal- sexo sob o lençol. Tomada de movimentos intensos e gemidos ritmados.
CENA 18
A e E conversam com Cora e ela os abraça ternamente. A e E conversam com os pais de A e eles correm para pular da janela e ficam tentando quem vai primeiro.
CENA 19
Cenas de Casamento de A e E. Cena de rua. Saída da Igreja. Arroz.
CENA 20
A e C se encontram num corredor da casa no dia do casamento.
C: Belo casamento.
A: Sim. Foi mesmo!
C: Você e mamãe se darão muito bem.
A: Assim espero.
C: Especialmente se você fizer com ela o que fez comigo...
A: É.. não tive tempo de me desculpar... erros...
C: Não... na cama... foi muito gratificante...
A: Pois é... como não deu certo com a filha eu capturei a mãe.
(Repentinamente C pula sobre A e o beija ardentemente. Rolam pelas paredes do corredor)
A: O que é isso? Está bêbada?
C: Você me provoca um tesão que nem imagina. (C o puxa para a cama).
A: ( ele reluta) O que deu em você? Virou ninfomaníaca?
C: Tenho de ir para a cama com você. Se não for agora...logo mais...
A: Por que comigo? O cara que viveu com você? O cara que amou você? Aquele que virou uma espécie de versão falsificada de seu irmão Dani?
C: Agora é diferente (agarra-se a ele pela lapela e olha bem na cara) Casando com minha mãe, você se tornou meu pai. (Beijou de novo e o larga com ar malandrinho, voltando para festa) Não se preocupe papai... não faltará oportunidade. (A se senta na cama e olha perdido para a janela).
A: Acho que é hora de parar de escrever para o teatro e me tornar um rabino. (olha para a festa e vê as duas, mãe e filha, se divertindo. A olha para a câmara, balança a cabeça e olha para a janela. Imagem desaparece)
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