Dos meus sonhos nunca parte
todas as formas já tentei
em mim hasteou um estandarte
para nos meus sonhos desfilar
Fantasia, maquiagem,
a noite cai, vem a miragem
o delírio toma a paisagem
protagonista, toma de assalto minha vida
vira minhas pontas, põe-me do avesso
manda meu ar para longe
num ermo distante, onde mal posso respirar
Sussurrando, quase calada
conta segredos de uma vez
pergunto, se não entendo
não repete letras
nem uma, nem três
De minha boca aproxima
a latência apaixonada
como um pêndulo, me toca
e foge arisca
na iminência da jaula
Desaparece nas folhagens
como menina assustada
volta aos poucos, inquieta
dançando ao som das doces águas
Vem a noite serenando
o semblante curvilíneo
sob o Sol acentuado
tira-me os princípios
e a gravata
vão-se as horas
e a jornada
Quero apenas sua alma
para dela bem cuidar
ensinar sobre beijos
para então casar
Quero apenas sua calma
um parar de se furtar
ensinar sobre os encantos
dos nobres acalantos
que um poeta sempre
é capaz de dar.
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