Deposito minh alma
no copo vazio
do café da manhã
e saio pra vida.
Atravesso ruelas
e seus muros
sorriem com
dentes postiço que
mordem o meu sono
inacabado.
Outrora,
tu me buscavas
com dentes de marfim,
mordia meu amanhã,
pousado na garupa
da tua sede.
Hoje sinto-te
como um punhal
cravado nas minhas visceras
ou como dentes de hiena. |