TEMPOS MODERNOS
Tereza da Praia
A civilização tecnológica está em crise,
O ser humano está desumanizado.
A promessa dourada de felicidade, um deslize,
Não passou de uma mera falácia autorizada.
Das ciências naturais, a racionalidade
Só trouxe ao homem maior infelicidade
Aumento do consumo e das desigualdades.
Hipocrisia social e falta de verdade.
Fez-se em miragem a fraternidade
O Homem ficou mais separado homem,
Distanciado da natureza, da bondade
Perdido em si mesmo, vê só seu abdômen.
A dúvida é a tônica, é toda a certeza.
O princípio vigente é a divisão do todo.
A separação de tudo em partes sem defesa
Criação de classes, castas , um engodo.
Tempos duros de segregação
Do homem por raça, credo,
Pensamento, cor e nação.
Nada escapa aos rótulos do medo.
Nem o amor do rótulo escapou.
Tem amor verdadeiro, amor bandido
Amor mentiroso, amor que não gorou
Amor vivido, amor com qualificador.
Assim vai caminhando a humanidade.
Não perco a esperança, não me desespero
Pois vejo vir vindo no vento, algo de verdade
um novo tempo, novos caminhos , algo sincero.
Tempo de mudança. Não ao modelo obsoleto
Que trouxe dor, guerra, miséria e pobreza.
Novos dias, mundo novo, nova paz prevejo
No homem um coração com mais pureza.
Tudo se faz novo. Tudo é renovação.
Outros limites, outras definições.
Nas relações interpessoais revoluções
Mudanças nos conceitos, evolução.
Estagnar é não aceitar a mudança
Sou mutável, sou mutante,
Metamorfose ambulante
Quero é festejar o novo numa dança.
Não perca o bonde da história
Perca-se neste fantástico turbilhão
Faça tudo o que pedir seu coração
Dá-me a mão, solte o grito de alegria.
É hora dos homens se tornarem irmãos.
Tereza da Praia
Série: Vadiação da Alma indecente.
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