Ah! Solidão vil, que corta minha alma em pedaços.
Inebria meus pensamentos de pérolas rachadas
Descortina a verdade que tento esconder..
Arde no peito sem razão.. sem motivo de ser
Ah! Solidão maldita!! Irrestrita e temerária
Larga de mim. Larga de minha alma, deixa-me fluir
Saltar os campos, buscar as flores.. sentir os cheiros de amores
Gritar ao léu.. com a força de minhas entranhas
Desprende de mim, solidão, solta meu corpo que quero arder..
Maldita! Maldita sejas tu, solidão cruel
Atiça meu corpo, ferve meu sangue, arrebenta a garganta
Transborda de meus olhos, solidão, para nunca mais
Ah! Solidão, que atormenta minhas noites choradas em vão.
Vai-te daqui em busca de outro ser não vivente. Sai e não volta.
Cansei de ti, não vês?
Jogo-te as pedras das minhas dores,
Te renego com todas as minhas forças
Cada soluço que me roubastes, cada lagrima que derrubei.
Culpa tua, somente tua, criminosa. Como te odeio
Excomungo sua existência, limpo meu ser. Nada quero de ti
Cuspo-lhe as mágoas, as desilusões que te trouxeram
Esquartejo tua razão, tua sólida razão que não me serve
Arranco tuas raízes sem dó.
Nada mais quero de ti, nem teu nome quero ouvir.
Vai! Vai agora para nunca mais. Teu lugar não é aqui...
Deixa-me viver. Deixa-me amar. Deixa-me querer
De ti nada ficará. Uma lembrança sequer.
Te expulso e te mato. Foge, antes que seja tarde.
Acredite em minha sanidade e some. Não estou mais louca,
Sem sentido e sem razão. Ah! Não estou mais não.
Estou ávida por vingança e tu, na minha frente, minha única vítima.
Não há punição a quem mata por justiça.
Se te quis algum dia foi por não saber, não te conhecer.
Me encheu de ilusão, mostrando um mundo novo, falso como tu.
Flores de plástico, pássaros mortos, poesias sem fim.
Me enganastes por muito tempo. Não me enganas mais
Meu último aviso. Vai. Some como a espuma das ondas
Te afoga, enforca, incendeia, faça como queiras, mas vai
Se não for, dou cabo de ti, antes que o faça comigo
Não nasceste comigo e não morrerei por ti.
Vai!!!!!!!!
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