As palavras substituem os dias, as horas,
os minutos e a vontade de não ser só,
e de não esquecer, que são o cérebro
a buscar a coisa, o fato e a pessoa, o fim.
Entre os seres da terra há vozes:
uma gritam – acorda, levanta, vai –
outras dizem – escuta, fica, e cai –
e o que resta são palavras ferozes.
As palavras substituem os dias, as horas
os toques, os olhos e os passos, e todos,
o que não há mais, a prisão da boca
saltando coração, de medo, de ânsia.
|