Era eu quem deveria dizer que te amo
e, no entanto, foi sua voz que soou em
meus ouvidos como forma de vida nas
minhas veias de mármore, olhos de sal.
Era eu quem poderia cantar-te a música
dos vagos momentos em silêncio que
com os olhos matei teu corpo dançando
em minhas mãos, estas de fazer viver.
Era eu e não você, que deveria dizer
de poemas, de mar, de retrato e de
vento, e de todo tipo de gente e de amor.
Mas foi você, a cantatriz, a boca
sedutora, a serena que me chamava
num misto de canto e encanto, sereia viva.
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