Sem figuras geométricas, sem espelhos quaisquer
falta pouco de humano neste homem que tem diferente andar
pois não vê, e em tudo o que percebe há tom de efêmero,
e voa andando fantasma e adiante é só viração, página,
mestria e condição, na máquina da pena, de esfinge só.
Cai tudo linha, margem, tinta mascarando este homem
com as mãos, finos dedos, fugindo braços e ombros e
nuca-cabeça, neurônio-coração morrendo alma e corpo
em folhas, vozes e uma lógica de tudo tão raro,
palavração que não segue ritmo dos rios, do sangue...
A uma demonstração de natureza no peito seu
mais a certeza que é branco o céu, azuis os raios
e a força do seu trovão está ligada às veias como fosse
fácil e furioso, natural, a lentidão de suas fibras serem
tão parte de sua natureza humana como relâmpago cortando árvore.
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