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Poesias-->Mulher -- 20/03/2004 - 20:30 (zena maciel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Tú que nascestes de um ventre adúltero

Do escárnio do amor de uma

vida marginal

Da ausência de sonhos

Do hoje sem amanhã

Brotastes entre um jardim de espinhos

no deserto escuro de um útero de

um corpo sem alama

Da frieza deum coração congelado

Fostes fruto do milagre divino

Teu primeiro choro foi um grito de misericórdia

Do ventre para o calabouço

Abraçada fostes pela negra mão

de um mundo vil e sem cores

Bebestes na taça amarga da miséria

e da fome

Tua infância foi castrada

Não desabrochastes a flor da adolescência

Fostes mulher ao mero acaso do

vagabundo destino

Não conhecestes a primavera

Vida em 3 x 4

Ser sem direito de ser

O que tens a comemorar?



07/03/2004

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