Não quero mais ouvir falar de amor.
Não quero mais ouvir deste amor
cantado em prosa e verso,
em canções doloridas, em versos doídos,
que nos viram verso e reverso,
que só fala em corações partidos.
O sol está lá, presente, brilhante.
Não quero saber da equação
amor igual a dor mais sofrimento.
Quero sim, um coração amante,
um coração que seja amor.
Verbo intransitivo, como diria o poeta
escondido atrás dos óculos...
Amor sem objeto, capaz de estender seus braços
para tudo, para todos os abraços.
Fazer do amor minha religião, meu caminho.
Estender seus braços sobre a Mãe Natureza,
que me acolhe, e com certeza, me abraça de volta.
Cansei do amor que sofre, que guarda lembranças tristes,
que machuca e fere.
Abro meu coração para o amor de verdade.
O amor que ilumina, e iluminando o mundo,
a si mesmo se ilumina.
O amor que, médico de almas alheias, cura as próprias feridas.
O amor é o caminho, a verdade e a vida.
É antigo. Mas verdadeiro.
E basta.
|