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Poesias-->TRANSE ONOMATOPÉICO -- 02/02/2004 - 15:05 (débora cristina denadai) |
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Aqui sentada à beira da janela,
observo o movimento da avenida,
dos sons dos carros onomatopéicos
que fazem xi xi sobre o asfalto molhado.
Minha mente solta perguntas esdrúxulas
sobre quanta gente deve fazer xixi sobre
a via molhada de lágrimas das nossas vidas.
Olho e observo que o xi xi incessante dos carros
vai acontecendo mecanicamente sem que os passantes se deêm conta.
Volto a pensar nos que fazem xixi em nossas vidas
e imagino que provavelmente eles também não percebem
a sujeira que fazem mecanicamente como se nada fora.
O xi xi dos carros rodando sobre o asfalto molhado
continua a reverberar em meus ouvidos
assim como reverbera constantemente o resultado
dos xixis que já fizeram sobre nós.
Um ruído mais forte me tira do transe onomatopéico
e me traz de volta à realidade.
Acho melhor ir ao banheiro ou ao supermercado
e comprar um estoque de papel higiênico.
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