Muitas vezes me pergunto:
- Porque ser original?
Se tudo que o leitor quer
É ler, sempre tudo igual.
Repetir,
Repetir,
Repetir.
As mesmas declarações
De amor, mil vezes lida,
O mesmo lugar comum,
As mesmas lições de vida.
Repetir,
Repetir,
Repetir.
P’ra satisfazer o mediano,
Poetas compram canetas iguais,
Cuidando de métrica e rima
Que poderão parecer geniais.
Repetir,
Repetir,
Repetir.
Me sinto como Will Robinson,
Que só tinha o Robô como amigo,
A repetir seu insolente refrão:
- Pe-ri-go, pe-ri-go, pe-ri-go!
Repetir,
Repetir,
Repetir.
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Marco Antonio Cardoso |