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Poesias-->POETA DO POVO -- 25/09/2003 - 07:58 (Marco Antonio Cardoso) |
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Não serei um poeta
De cantar qualquer musa,
Cantarei a mulher
A que dedico amor.
Não serei um poeta
Que louva a natureza
Pois eu vejo beleza
Quase em todo lugar.
Poderia ser um poeta
Que chorasse infortúnios
Já que tantos eles são,
Mas não vou me atrever.
Já que eu quis poetar
Quero então ousar dizer
Que esta senda a trilhar
Poderá se desfazer
Sou poeta de gente
Dessa gente que sofre
Mas que tem esperança
Que tudo pode mudar.
Sendo minha poesia
Quase um manifesto
Clamarei pela gente
Presa da exclusão.
Minhas flores são murchas
Meus amores canhestros
Alegrias contidas e desconfiadas.
A vida quase morta na estrada.
Mas se assim é que é,
Então assim será.
O que eu vou dizer
Podes até não gostar,
Mas é a pura verdade
Que vive no coração
De quem quer dignidade
E um pedaço de pão.
Sou poeta do povo
Do proletariado.
Choro suas tristezas,
Gozo por suas alegrias,
Denuncio as mazelas
Mas não me prendo a elas.
Tento dizer o que é preciso
Para fazer algo mudar.
Marco Antonio Cardoso |
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