Unindo almas nos braços de DEUS,
Xamã que louva sereno a natureza,
Perscrutando os meandros da vida,
Escutando as confidências do vento
E o burburinho das libertas aves,
Quando o Sol ilumina todas as idéias
Dos homens e dos espíritos ancestrais.
A TERRA que sustenta teus pés,
Que alimenta o corpo e a alma,
Dando ao espírito trabalho e benção,
E as várias trilhas para a tua vida,
O perpétuo abrigo para tua morte,
Os segredos de tua labuta, Xamã,
Na arte da cura com ervas sagradas.
A ÁGUA movimenta o fluxo da vida,
Removendo os coágulos existenciais,
Banhando o Xamã, montanha abaixo,
Com sua abençoada energia divina
Que vem com a generosa chuva,
Ou quando se retrai, na dádiva vital
Para aprimorar a lição de paciência.
O FOGO crepita e fala aflito
Para logo se extinguir entre os homens,
Voltando à sua morada eterna
No seio dos deuses fazedores de mundos,
Que escutam do Xamã a prece ígnea
Iluminando com a luz mais terrível
A escuridão dos sentimentos e esperanças.
O AR que mantém a vida ativa,
Movendo os corpos quando os circunda,
Cerca o Xamã aguardando as mensagens
Que expedirá para as divindades da natura
Purificando os corpos, os campos, as vidas,
Carrega perfumes e preces, prantos e risos,
Que se espalham no universo inteiro.
Marco Antonio Cardoso
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