Vultos.
Por entre as sombras,
Esgueirando-se furtivamente,
Algo se arrastava velozmente.
Um vulto encorpado
Surgiu misteriosamente.
Perplexo, vi-me encurralado.
Vi uma afiada foice reluzir.
Tentei gritar, espernear, em vão.
Algo interceptava meus movimentos.
Ao mesmo tempo, com violência,
Sufocava-me, subtraindo minha voz.
O primeiro golpe gelou-me.
Vi minha cabeça rolar decepada,
Acompanhada pelo jorro do sangue.
Depois, criaturas mefistofélicas
Alimentaram-se de meu corpo.
Urrei ao sentir os vorazes dentes pontiagudos
Adentrarem-se sem piedade.
Meu coração ainda teimava
Em pulsar com intermitências.
Decidi voltar à vida,
Era uma questão de palavra.
Pude ouvir uma enorme explosão.
O cheiro forte de enxofre
Tomou conta do degradante cenário.
Gritos de misericórdia ecoavam.
Os vultos contorciam-me em desespero.
Meu olhar era calmo e fixo.
Quando acordei, segurava um crucifixo.
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