Ao meu filho Álvaro
Sorvia o doce gosto da incerteza
Enquanto sonolento me mantive.
Pensava na Quintessência, que a natureza
me ocultara às searas onde estive.
Quedei-me logo num delírio extasiante
Ao sabor dos enlaces desse enigma
Pois minh alma já em sono exuberante
Calava o óbvio, o ser, o devir, o paradigma.
Vagando assim pelo meu mundo imaginário
Com alquimistas, poetas, filósofos
Iniciados em Utopia,
Fundimos terra, água, ar, fogo e calendário.
De súbito acordei, em euforia!
Era Deus que enfim revelava,
com um chorinho multifário,
No berço ao lado a substância
Na criança que dormia.
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