Rasguei-me em aquarelas de dores,
Teu sorriso, brilha, sons, cores.
A rama de seus olhos é o campo infindo
Onde me perco, recaio nos galhos de teu colo.
Em tons de terra, louvo Deus, lavra meu âmago.
Resguardo meu corpo, extraio gritos mudos,
Gestos, espiral, aspira, respira, estigma
Profunda cicatriz de minhas lágrimas,
na face idílica, perdida no terreno de eu mesmo.
Nas extremidades de minhas palavras,
outra lágrima.
Em segredo suplico...
guardo na gaveta trancada em meu peito, a vontade.
É o veneno dos teus beijos
que secam minhas palavras,
trancam as portas, as frases presas
Martirizam meus sonhos .
Sons de sinos invadem a noite,
minha mente cansada,
meus olhos fatigados,
meu corpo em êxtase, arde, queima,
volúpias perdidas na solidão do espaço,
no meio do quarto.
O corpo estendido na cama
As mãos afagam o vazio, o distante desejo.
Crepúsculo em gemidos.
Alvorecer em prantos, ofegante em ausências,
expelida nas lembranças.
Vagam somente vontades.
Certamente vontades....
Erika Viana.
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