Minha cama!
Amiga do meu repouso,
Das minhas tristezas e alegrias.
Um travesseiro.
Meu amigo companheiro.
Ponho minha cabeça e,
Derramo meus anseios.
Fecho os meus olhos, abro o meu peito,
Grito.
Um grito sufocante que vem d alma e,
Rasga o meu peito, prantos de dor.
Choro em minha cama amiga.
Quando anoitece estou só.
Solidão.
Uma cama vazia. Deito-me.
Canso o meu corpo num agitar ,
E nesse pra lá e pra cá,
Anseio o próximo dia alcançar.
Ânsia que me atormenta,
Canso.
Fatigada, frágil, anestesiada pela solidão,
Meu corpo entorpece.
Cama companheira.
Sem palavras,
Sem olhos e sem vida-com-vida,
Acontece.
Meu corpo enroscado nos lençóis,
Aquece-me.
Tudo de mim tu conheces.
És o leito que posso cair.
És o porto seguro que posso chegar.
És o meu conforto de todo o meu lar.
Quando chego cansada,
Enrosco-me neste vazio [acolhedor].
E assim, tu aqueces minhas noites sombrias.
Solidão.
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