Olhos pintados como retinas nas sombras da noite.
Amanheço numa esquina qualquer de meus pensamentos,
Colibri meu coração em disparo, ambíguo sem ritmo.
Pintaram as paredes de minha casa,
Branco como a camisa que esconde seu vale
Cinza estampa o horizonte, pássaros cortam teu semblante vasto.
O vento errante traz-me a lembrança de tinta fresca,
Olfato é a presença de seus beijos, sacio-me da língua que me consome,
Tato, o som de suas palavras dizendo-me abafado, num aglomerado.
Sentimentos alheios, rebuscam minha mente sórdida, infeliz.
Jasmim é a ludra flor do meu jardim,
São os lírios de teus olhos que padecem nos campos fatídicos,
Sons: Afagos calados nas sombras, sozinha em meu quarto.
Desço sofrível no solitário espaço do tempo
Onde o vejo afastar-se em passos lentos e pesados
Sem regresso talvez, sem amor.
Sou desde então, apenas o quanto aguardo.
Não desejo lembrança, não alimento esperança
Me rasgo em insegurança, mas não declino em prantos, desalento.
Minha tortura será tua partida, mas desde então, sou o quanto sonho.
Erika Viana.
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