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Poesias-->Ocaso da Alma -- 12/06/2003 - 00:09 (zena maciel) |
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Eu queria atropelar as horas
Apagar os fins de tarde
Não acordar o ontem, por medo
de acender a saudade
Quem sabe queimar este frágil e frio coração
Estou tentando fugir de mim e
entrar no infinito cego do amanhã
Talvez bem mais doce e bem mais leve
Cansei de viajar pelo país dos sonhos e
vagar perdida pelo brilho das estrelas
Nada encontrei
O ser ansioso por emoções reais
já não consegue evitar a morte
precoce da alma
Nas curvas tortuosas do tempo
perdi a força do querer
Os riscos já não me fascinam
Baixo a cebeça em obediência ao destino
Não mais preciso lutar
Desânimo momentâneo
Um véu de tristeza cobre a minha dor
e navego sem runo pelo deserto
da minha negra solidão
Sigo pela estrada do nada
como uma cega andarilha errante
Acompanho os passos silenciosos
do vento e me deixo levar como
uma simples folha seca
Dou asas aos emaranhados pensamentos
Abraço todos os fantasmas noturnos
Beijo a escuridão da noite e
me perco entre o sonho e a realidade
Fico sem saber o que fazer
para fechar o ocaso da alma sem tanto sofrer.
Zena Maciel
11/06/2003 |
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