Hoje ao acordar,
Vi no céu nuvens sedentas,
Meus olhos muito a piscar,
Pra se livrar da noite espessa.
Dei 2 passos sem pensar,
Mas de súbito meu eu condena,
O outro eu a olvidar
O que o outro eu talvez esqueça.
O meu dia D é como todos,
Faz-se em claro par
Com a noite que ilumina pouco
Os meus eus a olvidar.
Na manhã é novamente,
A janela a insistir, querer
Que meus olhos comumente
Digam sem saber dizer.
E o dia E se aprofunda,
Com café e sorriso fácil,
E em café meu olho afunda,
E em sorriso meus dentes traio.
E lá vem a noite escura,
E na sala minha vida vai,
Entreter-se com literatura,
do Anjos, Leminski e Moraes.
Já ao rio como nunca,
Ou meu riso é pra mais tarde,
E me vendo como puta,
E me exorcizo como padre.
Na madrugada pareço feliz,
Onde dormem os humanos,
Mas de humanos já basta o nariz
Empinado o na ilusão do engano.
Thiago Schneider Herrera |
