Aqui jaz tombada a inocência cega
Coração, gruta vítima da ingratidão
Que pelo mar da indiferença, navega...
Aqui jaz perdida a taça da ilusão
E que venham os vermes se arrastando
A festa agonizante da solidão...
Eu sou a lâmina que fere a pele
Eu descobri os lobos nos cordeiros
E rogo ,convicta, à morte que acelere
Preferia entre os porcos que carneiros
Eu sou o grito do ódio ressucitado
Porque só mal reproduz seu igual
Sou um verso imbecil e mal cantado
Sou a navalha, a mortalha e o cal.
Salvador, 11 de abril de fevereiro
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