Te esperaria, Amor, por toda a vida.
Vagaria à noite, flores à mão...
Não vês que minh’alma repartida,
parte a ti pertence, outra à imensidão.
Todas as madrugadas me desnudo em poesia.
E imagino a barcarola a descer o rio...
És a saudade que me veste de alegria,
és a espada no peito, um desvario.
E por muitas tardes sairei à janela.
O olhar em tua busca, extrato da paixão!
E o coração acordado em sentinela...
Mas não tardes, Amor, em me buscar.
Que a vida tudo leva, grão a grão!
Busca-me antes dela me levar...
SSa, 14 de março de 2003
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