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Poesias-->Filosofando -- 10/03/2003 - 18:11 (Arthur Nogueira Lazaro) |
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Se minha fala fosse abafada
Mesmo assim diria escrevendo
A realidade de tudo o que se passa
Essa angustia latejada
Disformes e o café na padaria, fazendo
O cheiro puro da simplicidade que caça
Momentos pequenos em folhas de jornal
A notícia que o mundo ia acabar
E as estruturas que não se abalam
E nunca se abalariam por mais nada
Pois a rotina estava presa no vinho
A bendita caninha do bar da esquena
E os aperitivos de um mês em conserva
Crises de risos e o choro espôntaneo
Como é bom chorar de alegria
Mesmo que tudo faça chorar de tristeza
Reflexões da sujeira no corpo
Que mesmo o banho em águas puras
Não limpa o lixo das almas
Se minha fala não fosse abafada
O mundo saberia o que penso
Mas mesmo assim não importaria
Nunca iriam me ouvir
Só conhecem os rabiscos e as páginas
Que comprar com o papel sujo
Acabam o livro e não sugam a filosofia
Coitados de Socrátes e os gregos
Quando minha cara romana se perdeu
E os bárbaros me escravizaram
Perdi minhas escritas e meus pensares
Mas não perdi minha vontade de crescer
Alcançar as estrelas e depois dormir
No berço de toda a humanidade
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