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Poesias-->Um trem de desencanto -- 10/01/2003 - 10:47 (Clodoaldo Turcato) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um “trem” de desencanto



Um dia, em tenra infância

Viajei de trem, pelas estórias de vovó

Pedi em prece a Virgem Maria

- Quando ainda acredita na “virgindade”

Pra me fazer viajar de verdade



Tudo tão distante

Via os trilhos

Só por revistas em quadrinhos, bang-bang

E as estórias de vovó, é claro



Chamavam de Maria Fumaça

Nunca soube ao certo por que tal

Criei minha teoria a respeito

- Maria, pela bondade, e Fumaça, pela fumaça

Até hoje penso que seja



O tempo passou e Maria Fumaça aposentou-se

Minha avó, que andou nas Marias, também

Que inveja dela, nunca encalhou

Nem foi deixada ao relento, para enferrujar



Andei, cresci, ganhei dinheiro.; e:

Finalmente viajei num trem de verdade

Mas já estava sem fumaça

Não se chamava Maria, só trem

Assim, simples, sem encanto: trem elétrico

Nem poluir, polui. Nem barulho faz

Quase não se percebe trilhar



Viajar de trem é tão comum

É pra qualquer um

Com qualquer veste

Não é chique

É coisa de pobre

Não vale um sonho

Uma estória de ninar

Ninguém mais conta estórias de trem

Ninguém faz mais bons filmes de trem

É como tudo hoje, meio artificial



Hoje quando lembro de alguma prece

Dentre os meus pedidos de pouca fé

Imploro ao santo em voga, mesmo impuro

Que me leve para longe do trem



( Codo. Recife, Pernambuco, dezembro de 2002)

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