Caminhando, sem sentido
Pela estrada empoeirada
Busco num alpendre imaginário
A minha terra encantada...
Estou só...acho que vai chover
Olho no horizonte, em busca de uma visão
Só encontro espantalhos coloridos
Sorridentes, atemorizantes
Espantando pássaros, fantasmas
Espantando maus pensamentos
Espantando as nuvens com nome de amor...
O vento aumenta...assovia
Trazendo uma lata vazia
Que estanca, jogada, aos meus pés
Penso em dar um pontapé
Como que chutando uma dor
Que invade, que perturba...
Ao mesmo tempo, paraliso a idéia
Será que é certo fazer isso aos amigos?
Como posso te tirar das lembranças
Se eu sei que precisas de mim, por agora...
Sempre fui sua sombra cálida, repousante
Onde você, ofegante...apoiava
Descansando seu corpo, dormindo afinal
Deixando passar as nuvens
Que obscureciam a paisagem
A tarde escurece de repente
A noite chega serena
A saudade aumenta doída
Retorno ao caminho, lentamente
Em busca do meu horizonte, perdido
Penso em você...por instante
Como será que estará?
Não posso, não devo parar por agora
Tenho que voltar a andar
Retorno em meus passos o caminho
Sigo a estrada inicial
Quero chegar até o final...
Quero chegar logo ao destino
Um porto seguro...
Onde possa amparar o meu corpo
Em sombras serenas, descansar
E quem sabe, vislumbrar novas estrelas
Em alguma, a solução
De tudo que é problema
Existente em meu coração...
©Neli Neto
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