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Poesias-->Canção para Setembro -- 24/11/2002 - 16:44 (José Ricardo da Hora Vidal) |
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Que dia é esse, em setembro,
Que a todos causam constrangimento
E força um falso padecimento?
Que dia é esse que todos choram
Pelos gêmeos caídos e pela fortaleza ferida,
Mas que se esquecem do pobre vale de lágrimas
E do imenso oceano de sangue pútrido
Que corre pelos esgotos subterrâneos do mundo?
Que dia é esse que o mundo parou
Para ver o grito dilacerado dos Morloks
Contra o sorridente prado de Eloys?
Que dia é esse em que a criatura
Se volta, como um novo Frankenstein,
Contra o próprio Criador do Mal?
E que mundo é esse que apoia
A Mãe de todos os Tiranos e Ditadores
Para rapinar corpos afegãos, iraquianos e colombianos?
Que dia é esse que o Gigante do Poente
Descobriu ter pés de barro, e ainda assim,
Nega o futuro para as novas gerações,
Nega a paz e a serenidade para o Mundo,
Para parir mais uma guerra inútil,
Para mais uma vingança familiar,
Para mais aventura militar no Oriente?
E que Mundo é esse que assiste impotente
A este círculo de horrores e carnificina?
Setembro – tantas questões sem respostas
E tantas respostas sem ouvintes…
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