Quando o sol mais cedo brilha,
Atrás das verdes campinas,
Tantas almas peregrinas
Acordam da Eternidade.
Em cada berço de luz,
Em meio às provas humanas,
Nascem almas soberanas,
Nos clarões da Imensidade.
Nascera entre almas d’outrora
O Divino Pegureiro,
Que salvara o mundo inteiro
Das loucas desilusões.
Pregando o Amor sem limite,
A Fé, a Paz e a Bonança,
Lançara a luz da Esperança,
Nos humanos corações!
Brilhando acima das trevas,
Insurgira a Alma Sagrada
De u’a Mãe desesperada
Por um Filho preso à cruz...
Os Céus clamaram justiça
Para um Homem torturado,
Que, liberto do pecado,
Era chamado Jesus.
Os anos passaram sem freio,
Manchando de sangue a Terra,
Mavorte espalhara a guerra
Entre os povos, com terror.
Na Terra – as dores sentidas,
Nos Céus – os Planos Divinos,
Que nasceram nos destinos,
Em busca do Eterno Amor.
Na França – os gritos tiranos
Das lutas torpes, renhidas,
Devorando tantas vidas,
No espetáculo cruel.
Rosseau pregara a justiça,
Marat a luz instilara,
Na revolta vã, ignara,
Qu’espalhara lama e fel.
Do prélio o Algoz insolente,
No estertor da Grande Guerra,
Matara vidas na Terra,
Em tirânico festim.
Mil mães choraram seus filhos,
Nos estertores da morte,
Padecendo a dura sorte,
Que lhes não trouxera o fim!
Lembrando a Mãe combalida,
Que à dor do Filho se unira,
Reuni, aqui, nesta lira,
Os sentimentos mais puros,
Que o Amor decanta a Verdade,
Em lenitivo das dores,
Trocando o choro por flores,
Buscando novos futuros.
Nesse domingo de paz,
Quando os filhos incansáveis
Darão seus beijos afáveis
Às mães provindas da Luz,
Lembrai os anos passados,
De quando fôreis crianças,
E as maternas esperanças
Do afago que vos conduz.
Deixai a viva mensagem,
De Esplendor, Paz e Verdade,
Doar-vos felicidade,
Em homenagem sem véus,
E lembrai a imagem santa,
De Placidez e Bondade,
Que vos diz com claridade:
- Mãe na Terra, Deus nos Céus!
Feira, 10 de maio de 1995.
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