“Nua, de pé, solto os cabelos as costas, sorri.
Só em erguer os olhos para o teu vulto sinto que te profano,
Amo-te, ainda que com todo o mais puro e sincero amor, vos amo, nos braços das mulheres que me tens como homem,
Inocente, quente, imaculada, cintilante, beija-me com um beijo e morrerei,
Abraça-me em teus seios, e ressuscitarei,
Olha-me em meus olhos, acende-me com tuas chamas, enche-me de fogo.
- Jamais ! assim diz o poeta.
Jamais tocarei teus seios, tua pele, teus cabelos,
Não vos profanarei ao público,
Não me deixarei levar por teus passos, tão pouco por tua leveza,
Antes vos amarei em pensamento, e viveremos o mais belo romance imaginário,
Deitarei em tua pele sob a alva da manhã,
Amarei teu corpo no alto do meio-dia,
Derramarei sob ti um oceano de prazer ao entardecer.
Na loucura far-me-ei louco,
Na arte de amar serei sábio e mestre.
Prenderei-me em tuas presas, me farei de escravo,
Banharei-me debaixo de teus cabelos claros,
Seras minha....até que seje teu.”
(O BISPO)
|