54 usuários online |
| |
|
Poesias-->O SILÊNCIO E OUTROS ABRIGOS II -- 22/10/2002 - 11:08 (Anderson Christofoletti) |
|
|
| |
O SILÊNCIO E OUTROS ABRIGOS II
“FAÇA DE TI MESMO
TEU PRÓPRIO SUPORTE,
TEU PRÓPRIO REFÚFIO.”
SIDDHARTHA GAUTAMA
As horas silentes
Atravessam minha solidão
E estes minutos vagos
Que trago
Dentro de cada ato
Representam um tratado
De paz – uma comunhão -
Comigo mesmo:
Com minha escuridão.
O dia fende a noite com suas auroras .
Tomo o silêncio como quem toma um café amargo – e gosta -.
Tenho o amanhã como uma proposta
Ilícita.;
Uma aposta
Onde a sorte costuma me ser alheia.
Hoje quero um verso adusto
No qual toda poesia se consuma
Num uníssono incandescente.;
Num colapso de um instante de silêncio.
Quero um verso.
Um verso quase oculto:
Que todos possam vê-lo,
Mas poucos possam ouvi-lo.
Quero
Vocábulos de uma preciosidade
Imprescindível em nosso mundo
- Valiosos demais para terem valor -.
Quero signos que contenham
Dor, amor e outras rimas puídas
- Lindas e sem pudor - ,
Pois sei que só este diamante
Em luz e perfeição
Abrirá janelas em meu peito
E acordará meu coração.
O fio de esperança
Que foge pela manhã
(Pelo crivo deste cenário)
Risca um traço indeciso,
Um futuro sem itinerário.;
Esboça um sorriso
Numa farpa de afã
Que furtei do passado.
O tempo costuma ser cruel
E não pára para abrandar o açoite dos dias.;
Não pára para arrependermo-nos do que não fizemos.
©Anderson Christofoletti
|
|