A linguagem toma de assalto as palavras
E delas se utiliza ao seu bel prazer,
Ou rende-se, por elas, ao prazer do belo?
O que são as palavras, essas senhoras majestosas?
Pois às vezes o mesmo signo contém um gene de variações
E o seu plural jaz na solidão tristonha...
O nada às vezes tem inúmeras delícias,
E um universo de falas pode aniquilar o amor!
Então, conceda-se às palavras o poder
De serem, à semelhança da flor desabrochada,
Uma beleza que anima o coração,
E, como a espada que traspassa a carne,
Um terror pairando sobre espíritos sedentos...
As palavras são, ao mesmo tempo, a água da vida,
Quando, enobrecidas,
produzem frescor nas mentes em ambiente árido,
E o seu efeito contrario, o fogo, a morte, o medo, a solidão,
Quando subvertidas...
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