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Poesias-->HOLOCAUSTO (J. Ferreira) -- 10/09/2002 - 16:13 (J osé Ferreira (Zéferro)) |
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Holocausto
Zéferro 10/0912002
Apontavam poderosas para o céu
Orgulhosas, insensíveis à miséria...
Nem parece que havia humanidade
No imenso monólito de matéria
Onde a fome e abundância eram ditadas
Pelo ouro que fluía nas artérias
Como pode o homem congregado
Ser algoz do irmão abandonado?
O desastre que abateu sem piedade
O orgulho e amor próprio duma gente
Foi o marco de cruel ferocidade
Ante o qual não se fica indiferente
Mas enquanto execramos a maldade
É preciso buscar resposta urgente
Como chega o homem ao desespero
Que o transforma assim em monstro fero?
Deus deu a Homem a Terra e abundância
Pois queria ver seus filhos na fartura
Mas o vírus maldito da ganância
Acabou por nos tirar toda ventura
E hoje em dia só fica a constância
Dos ricos controlando a amargura
Dos pobres explorados sem sentido
O amor que Deus nos deu ficou perdido?
Por que é que Israel repete agora
O bruto extermínio que sofreu
Enquanto a Humanidade inteira chora
Por não reconhecer mais o judeu
Que aos pés de Javeh lamenta e chora
Enquanto que massacra o irmão seu?
Por que negar ao pobre sua casa
Como ele vai tratar quem o arrasa?
Por que o mundo árabe fornece
Ao mundo inteiro sua energia
Mas o seu pobre povo só padece
Enquanto o explorador o asfixia
Há quanto o assalto acontece
Gerando só o ódio e a rebeldia
Quem deu todo direito ao tubarão
De ficar rico à custa do irmão?
O huno que tentou nos dominar
Gerou duas hecatombes mundiais
Não duvidou jamais ao exterminar
Povos inteiros, dos filhos aos pais!
Não há, meu Deus não há como explicar!
A sanha que transforma o Homem em chacais
Por que queremos sempre dominar
Em vez de conviver pelo amar?
O engodo de dar ao povo o domínio
Foi de todos o mais feroz dos “ismos”
E assistimos ao bruto extermínio
Pela força no auge do paroxismo
Mostrou quão enganoso é o caminho
Que leva ao amor além do abismo
Que traga as benesses recebidas
De Deus quando nos deu as nossas vidas!
O povo que criou o imenso horror
Da morte espalhada sem defesa
E sem nenhum remorso a usou
Ceifando as cidades indefesas
Agora no direito se arvorou
De ir em cruenta busca de outra presa
Quem foi que lhe cedeu este direito
De achar que é o único perfeito?
Eu canto a angústia desolada
Da imensa maioria dos irmãos
Que sente a existência ameaçada
Se não entrelaçarmos nossas mãos
Erguendo-as aos céus em vez de espadas
Ou torres que abrigam maldição
De homens que por fome de dinheiro
Não ligam pra acabar o mundo inteiro
Eu choro as vidas que foram levadas
Pra mostrar a revolta incontida
Eu lembro quantas mães desesperadas
Dos filhos lamentando a partida
Eu grito pelos lares destroçados
Daqueles que não têm mais guarida
Se ambos lados sofrem tanta dor
Por que não nos curamos pelo amor?
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