O poema que eu faço, deprimido,
Me preenche um instante.
E como tirar da estante, um livro
E deixá-lo expectante.
Tatear as suas páginas, livres,
Faz-me relembrar a aurora
De leitura que não faço, ora,
De uma frase em que estive.
Preso na lembrança outrora
Revivida em cada verso,
Conjugo-me no presente.
É nele que me despeço
Do meu ser ausente,
Não sendo eu, agora.
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