Se a vida passa lentamente, surjo do nada pela porta lateral, em espera do desgosto alheio que segue a linha do horizonte da imaginação. Se a vida acelera perco a vista e desapareço no espaço do infinito singular enquanto a vida explode em luz e trevas. Somente o cego acerta o alvo quando sóbrio de delírios em consequência da incapacidade de sonhar a vida bela. O mundo desaparece em chamas enquanto espero a escuridão chegar em seus dragões alados. A esperança é oásis no deserto da desilusão enquanto a chuva nega-se a cessar o choro. Chega de hora marcada e dia limpo a brilhar no céu de rosas cor de sangue.; mancham minhas roupas e sinto seu gosto ferrugem contra os doces lábios carnudos da musa. Queria poder saber o que escrevo sem ter que mergulhar no inconsciente a procura de respostas e palavras estranhas aos meus ouvidos. Ter o inconsciente sempre ao lado sem juizo ou com maldade é o que será se o dia surgir sem respostas para as perguntas que nunca se calam. O tempo corre cada dia mais louco e sedento pelo fim do próprio tempo infinito a sugar a vida da matéria que rasteja e come terra, degusta o esterco de seus próprios intestinos decompostos. Como minhocas da lama caçando formas de pensar pelo mangue dos ideais corrompidos pela ganância.