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Poesias-->Mais Valia (Fragmentos) -- 20/08/2002 - 20:19 (José Ricardo da Hora Vidal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
”(…) nosso suor sagrado

É bem mais belo

Que este sangue amargo.

E tão sério

E selvagem,

Selvagem (…)”

Tempo Perdido – Legião Urbana



…………………………

Esse fato extraordinário:

Que o operário faz a coisa

E a coisa faz o operário.

…………………………

Olhou em torno: gamela

Banco, enxerga , caldeirão,

Vidro, parede, janela,

Casa, cidade, nação!

Tudo, tudo o que existia

Era ele quem o fazia

Ele, um humilde operário

Um operário que sabia

Exercer a profissão.



(…)

Um mondo novo nascia

De que se quer suspeitava.

O operário emocionado

O Operário em Construção – Vinícius de Morais

******************



Minha pena se faz agora dura,

Como duro é o solo seco e árido

Que o Lavrador, no seu duro labor

Vem logo com a aurora trabalhar.

Vem com sua dura enxada,

Sua foice amarga e amada

Ao campo, alimentos e vida, semear

Ao sol quente e companheiro.

Vem o nosso Trabalhador durante inteiro

Dia de labuta a terra lavrar.

Vem colher comida e ouro,

O nosso sustento diário e vários,

Vem colher nossa alegria e o nosso tesouro.

Mas nosso lavrador, (e também o mineiro)

Que a Terra (com carinho e amor)

Cuidou e amou.; faiscou e extraiu,

Não imagina qual SEGREDO VIVO

que dentro de seu seio, escondido, encerra

Na sofrida labuta. O mágico fruto

Das horas trabalhadas o caminhão levou

Para o urbano operário transformar.

Transformar o mistério da terra

No milagre das máquinas elétricas.

O operário no seu macacão de anil

Descansa quando o apito fica a berrar

— Almoço! —Almoço! — Almoço!

Come o que a esposa, com carinho

E com sua triste e resignada satisfação,

No fogão, de madrugada, fez com soninho.

Aperta botão! Mexe alavanca! O fruto

Entra aqui sai acolá. Linha de produção.

Metálico monstro devorador de trabalho.

Então o que era fruto vira produto.

Não sabe o operário qual o camponês

Que colheu como desconhece a quem

O patrão vendeu (Também ignora quem construiu

O prédio da fábrica, quem fez suas ferramentas,

Até o padeiro que fez o pão nosso de cada dia.)

Não sabe quem venderá seu produto e quem o usará.

“Esse misterioso produto do trabalho, quantos segredos,

Quantas horas e litros de suor traz consigo? Quantas?”

Este feitiço mutante da labuta continua a agir.

Silenciosamente, vagarosamente, subitamente.

E o produto (que antes era fruto), agora á mercadoria.

No dia a dia de muita desgastante luta,

De muita eufórica, dolorida e calejada agonia

Esta estranha peça desconhecida da magia

Muda de mão em mão até uma outra mão.

Do comerciário atacadista ao pequeno comerciante

Do vendedor até o credor bancário e consumidor final,

A mercadoria transforma NOVAMENTE, agora em capital.

E o capital? O capital não fica quieto. Vira aplicação.

E de capital surge o investimento para o patrão.

E de uma hora para outra, através dos juros,

O capital se multiplica, em mais e mais…

Parte é girar mais capital . A outra parte,

Em luxo para o patrão. Em vida mansa e ostentação.

Ah! Vida Boa para o grande banqueiro! O alto

Investidor! O magnata da Indústria! Do latifundiário!

E como ele consegue esta vida tão fácil, este ócio,

Este dolce far niente como se tudo fosse tão simples?

Ora, ora! Sobre o sangue do lavrador,

O suor do operário.; A insônia do vendedor.;

O desespero do bancário, a fadiga do jornalista,

Repousa o descanso e o uísque do patrão.

Do excesso de horas e do trabalho explorado,

Do salário de fome e da mais sórdida especulação.;

Da miséria, do desemprego e da mais cínica corrupção

Reside o casaco de pele da amante do patrão,

As estripulias e boêmia do filho da patrão,

A futilidade estúpida da esposa do patrão.

Este suor sagrado que lubrifica as máquinas

Que escraviza e suga a força.; também gera

A transformação. É da mais-valia que enriquece

Poucos, da sua exploração que nasce

A força imortal que move montanha,

Desta dialética e histórica contradição

Que a burguesia cria a classe que fará

A revolução. De quem nada tem a perder

(Excessos os grilhões da ignorância)

Dos despossuídos só tinham a prole de seu.;

Vem o valente Trabalhador, forjado

No Sol do campo e na fornalha das fábricas,

Conquistar aquilo que, de direito o pertencia.

Sua cota de produção — a abolir a Mais-Valia!

E um mundo, com tudo nele dentro, a ganhar!

“Trabalhadores de tudo Mundo, Uni-vos!”



(Em memória à Karl Marx e Freidrich Engels).

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