Usina de Letras
Usina de Letras
32 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62387 )

Cartas ( 21335)

Contos (13272)

Cordel (10452)

Cronicas (22545)

Discursos (3240)

Ensaios - (10442)

Erótico (13578)

Frases (50775)

Humor (20067)

Infantil (5484)

Infanto Juvenil (4802)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140866)

Redação (3319)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1962)

Textos Religiosos/Sermões (6231)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->Ode aos Trabalhadores -- 20/08/2002 - 20:18 (José Ricardo da Hora Vidal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


“Deixai-nos soltar um grito

Que topando no infinito

Talvez desperte o senhor

……………………………………

Pois bem! Nós que caminhamos

Do futuro para a luz,

Nós que o Calvário escalamos

Levando nos ombros a cruz,

Que do presente no escuro

Só temos fé no futuro,

Como alvorada do bem,

……………………………………

Rebentos da velha raça

Dos nossos velhos Catões,

Lançai um protesto, ó povo,

Protesto que o mundo novo

Manda aos tronos e às nações!”

O Povo ao Poder – Castro Alves.



“O povo é como o sol! Da treva escura

Rompe um dia co’a destra iluminada,

Como o Lázaro, estala a sepultura!…



Oh! Temei-vos da turba esfarrapada,

Que salva o berço à geração futura,

Que vinga a campa à geração passada!”

O Sol e o Povo - Castro Alves



“Os proletários não têm nada a perder, além de seus grilhões. Têm um mundo a conquistar.

Proletários de todos os países, uni-vos”

Manifesto Comunista - Karl Marx e Freidrich Engels

***********************



Hoje o meu canto não trará antigos amores

Nem fadas amigas. Não terá florestas perdidas

Ou magia antiga ou Estrelas distantes,

Lágrimas de Jasmins ou Secretos jardins de íntimas dores.

Repito que em Meu Canto não será de Uirapuru.

Estou cansado dos perfumes coloridos da Alvorada.

Hoje meu canto se faz duro e sincero,

Ao cantar aquele a quem deveras merece meu afeto:

Canto o amigo operário, companheiro trabalhador.

Canto o vosso esforço, canto o vosso trabalho,

Louvo as vossas ferramentas, vosso suor,

Canto o vosso fruto que, a sociedade, sustenta.

Mas não canto pelo simples fato de cantar,

Faço destas loas uma saudação e um grito.

Se de vós devemos os prazeres do progresso,

Por que não vos chegam os mesmos benefícios?

Se a terra, os campos são para quem nela

Quer – fecunda, verdejante e viçosa – vê-la.;

Por que se encontra tanta terra nua e vazia

E uma cerca separando de quem quer nela trabalhar?

Se, do suor do trabalhador, lubrifica as engrenagens,

Por que muitos ganham tão pouco, às vezes,

Sem direito a um domingo e o feijão na panela?

Por que o mesmo capital que vós movimentais,

Lhes tira vossa prole, vosso sangue e vosso direitos?

Por que nesta terra que tanto fala em novas liberdades,

Poucos, muitos poucos a usufruem plenamente?

Amigo trabalhador dos campos e das fazendas,

Não é o vosso suor que rega a colheita do patrão?

Não é o sangue do operariado que lubrifica

Os robôs e a maquinaria das fábricas?

Quem liga o botão do computador? O trabalhador!

Quem regula diariamente o robô? O trabalhador!

Quem controla as usinas e os guindastes? O trabalhador!

Quem serve o uísque e o lazer do patrão? O trabalhador!

Quem tem as filhas escravizadas para saciar

A fome e o desejo da família do patrão? O trabalhador!

Quem preparou o pão nosso de cada dia? O trabalhador!

Quem gera a riqueza da nação? O trabalhador!

Quem pagou as contas do corruptos de nação? O trabalhador!

Quem lucrou com a globalização? O trabalhador? Não!

Quem ficou com o ouro das exportações? O povo? Claro que não!

Quem pagou os juros absurdos da dívidas externa? O povo!

Mas foi para alguma melhoria de vida da população? Não!

Quem aumentou o lucro das grandes corporações? O povo!

Mas resultou em uma divisão justa de renda pro trabalhador? Não!

Sobre quem ficou o maior quinhão da crise? No bolso do povo!

Se dos calos e das mãos frutificam as glorias da nação,

Se do anônimo e esquecido mulher, homem trabalhador

E que se cria o orgulho de gordas contas nacionais,

Por que não vemos melhorias para toda a população?

Sendo a maioria do povo formada por trabalhadores,

Por que vemos, na educação e saúde públicas, horrores?

Se dos impostos extraídos da diária e dura labuta,

É que se pagam a luz das ruas, consertos de estradas,

A construção de pontes e a administração pública,

CADÊ um posto de saúde decente? CADÊ SALÁRIO

De professor da rede pública? Rua pavimentada e sem buracos?

CADÊ SEGURANÇA para as crianças brincarem nas praças?

CADÊ ESCOLA pública e de qualidade para o povo estudar?

CADÊ COMIDA e TRABALHO dignos para a população?

Por que nossas elites tem benefícios (muitos imorais)

E a classe trabalhadora fica relegada ao deus dará?

Se é das mãos dos trabalhadores que vem a produção,

Que seja pelas mãos dos trabalhadores que venha a REVOLUÇÃO!

Por que mandar a polícia quando tem justa greve,

Se os maiores e piores ladrões, do governo recebem pensão?

Se crime é ousar lutar por pão, terra e liberdade.;

Se é crime acabar com toda terra ociosa e vê-la produtiva,

Por que não é crime aquele que vive de especulação

E condena o futuro da pátria a morrer de inanição?

Por que se mata ou fere quem luta por seus direitos

E permitem ao capital estrangeiro roubar nossa nação?

Por que os ricos, quando invadem terras públicas,

Passam a ser legalmente o proprietário,

Mas o pobre é reprimido que procura,

Dentro do desespero, um pouso para cabeça,

Um punhado de terra para cultivar o que comer?

Basta! Chega de tanta falácia e cobardia!

Chega de tanta espoliação e hipocrisia!

Uma andorinha só não faz? Verão!

No dia que o camponês, o soldado e o operário,

O artista, o marinheiro e a dona de casa,

O desempregado, o sem–terra e os estudante

Se juntarem e formarem a grande união,

Eis que nossa pátria verá u’a linda transformação:

Quando todos poderão trabalhar dignamente,

Quando a renda for distribuída justamente,

Quando as verbas for gerida pela população

(Que dirá se vai prioritariamente para a Saúde,

Novas moradias, Segurança ou Educação).;

Quando todos não mais passaram fome ou necessidade,

E tiverem Lazer e Cultura, Saúde e Instrução.;

Quando a todos couber sua parcela de poder,

Todos saberão que sossegadamente envelhecerão,

E o futuro verá sempre raiar o Sol da Liberdade,

A Aurora da Democracia e estrela da Igualdade,

Saberei que meu canto e meu grito não foi em vão!

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui