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Poesias-->Improvável Poesia do Amanhã -- 13/08/2002 - 21:45 (José Ricardo da Hora Vidal) |
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“Eu sou de hoje e de outrora (…) mas há algo em mim que é de amanhã e de depois de amanhã e de algum dia vindouro”
Assim Falou Zaratustra – Friedrich Nietzsche.
“Now I know I must leave your spell
I want tomorrow.”
I want tomorrow – Roma Ryan e Enya.
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Amanhã,
O Sol se levantará alhures para ninar a Lua.
A Rosa desfalecerá, sangüínea e rútila,
Na brisa ligeira de primavera
Enquanto as nuvens se espreguiçam no horizonte…
Vários Arco-Íris flanam sobre lagos,
Andorinhas e Sabiás nadam pelo espaço azul
Flores ofertam o néctar
E as abelhas recolhem o mel…
Meu dia é hoje…
Eu quero o amanhã
Amanhã,
Teus olhos trarão clarins de guerras,
Tambores e atabaques dos afoxés.
Orixás descerão à Terra como astros
De um horizonte perdido e flamejante.
A doce poesia, improvável poesia
De domingo e meses rebaterão
A Tristeza que as cores do cometa de Sappho
Deitam como flores em cima do altar
e os anjos vem nos saudar…
Sei que meu dia o Hoje.
Mas eu quero o amanhã.
Amanhã.;
Vinícius sairá das nuvens e comporá uma valsa.;
Castro Alves voará nas asas do albatroz.;
Pixinguinha chorará com seu saxofone.;
Sir Charles Chaplim será Napoleão no Calvário.;
Machado de Assis derrubará os bosques do pessimismo.;
Bandeira, enfim, construirá novas moradas de sonhos…
Veremos nos lagos o bailar dos cisnes,
Rui Barbosa erguendo a Águia de Haia e clamando paz.;
Os verdes olhos de Chico tocarão na banda
E cantarão as novas velhas coisas de amor.
Veremos o BRASIL mostrando sua grandeza
E a Bahia livre da Malvadeza…
Vivo o meu dia de hoje,
Mas eu quero o amanhã.
Amanhã,
o amor libertará o coração das tristezas.
O ódio e a guerra serão banidos
Dos dicionários, filosofias, hábitos e das ruas.
O sorriso do infante desfraldará o estandarte nos campos,
O sono dos mortos será sagrado e solenes,
Enquanto sombrios pensamentos ficarão inertes nas trevas.
A sombra de Dante iluminará Florença
E todos os pecados serão redimidos,
(assim como um outra sombra – certa vez –
nos salvou lá em Jerusalém…)
Judeus e Árabes se chamarão de irmãos.
Todos os computadores se abraçarão.
Todos os satélites dirão músicas e poesias.
E os padres celebrarão Gloria in excelsis
E a lua velará a paz nos claustros…
Sei que só tenho o hoje,
Mas eu quero o amanhã.
Amanhã,
Velhas utopias sairão dos livros poeirentos
Para cobrir a Terra.
Orquídeas e fadas dançarão nos regatos…
Se o meu dia fosse amanhã.
Amanhã será mais um dia na minha dia,
E estarei feliz como um beijo inocente.
Meus amigos, meus velhos e queridos amigos
Estarão junto a mim, alegres e prósperos.
Flamínio, Pablo, Cristiano (dentre outros)
Trarão archotes vermelhos,
Serão como estrelas ao findar a tormenta
E guiarão a paz dentre saudades e espinhos.
Karinina trará flores nos cabelos e teu olhar
Será como o mel dançando nas campinas.
Teus pés macios me farão massagens…
Porém, será este o meu amanhã?
O amanhã pertence ao futuro, perdidos nas brumas…
O que me importar? Tenho meus amigos, meu amor, minha poesia.
Sou feliz e meu dia é HOJE!
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