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Poesias-->Luzes na Charneca -- 05/08/2002 - 21:28 (José Ricardo da Hora Vidal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Luz Sombria

Horrenda dança de quimeras, no qual

A iniqüidade se faz eterna princesa

E rainha soberba, a altiva Tristeza.

Terrível coorte de dor, sem par ou igual.



Doudas falanges, num bailado espiral

Tingiam a Terra com suas vãs certezas.

Mesclavam o ar com falsas belezas,

Enganava a todos com seu beijo fatal.



Oh! Malditas teias das cruéis Parcas!

Estupor das antigas crenças mortas!

É o grão terror que devasta a terra!



Trazida por Pandora na funesta arca,

Eis que o Leviatã atroz, que tudo corta,

Irmanado, junta-se a Morte e a Guerra!



Luz Mágica

Chegando a vida em seu limiar,

No qual fenecem as luzes d’archote,

E a sinistra sombra, negra e forte,

Começa o trabalho, a gargalhar.



No meio do caminho, entre galgar

A escada do paraíso – ou outra sorte

Fatal lançada pelo triste corte

De Átropos, ao inferno for parar.;



O importante é ter a certeza

De que a vida inteira muito bem gozou

Como a maior das grandes belezas.



Assim, tal quem a senda, um dia trilhou,

dirá: “Importa vivir la vida de tal suerte

Que quede vida mismo en la muerte.”



Luz Viva

Desta fonte seca e amarga, gélida.;

Deste mar profundo, sonolento.;

Desta planície famélica, cálida.;

Deste céu roto, morto, macilento.;



Uma luz surge forte e delicada

Para, neste horizonte vão e lento

Descarregar, cadente e rápida,

A Força no espaço modorrento



Não haverá milícia de coronéis,

Muito menos, Armadas de potências.

Em um momento, prisões e quartéis,



Tudo que cala-se a voz da nossa verdade

Cessará ante o clarão único da essência

De meu povo e sua paixão pela Liberdade.



Luz Musical

No céu, conspirando o Maestro e o Poetinha,

Junto com os mestres Mozart, Verdi e Beethoven,

Dariam suas bênçãos à partitura e a cervezinha

Para nós, desafinados que com amam e bem ouvem.



E nessa mistura profana, clássico é Pixinguinha

E seus chorinhos ouvidos num oboé, num trem

De boa Música Popular, rica em velhas modinhas,

(Que uma batuta, o pandeiro e o cavaco, regem).



E nesta panacéia musical, o cantar

Da cavatina é samba de roda e salão

E um sanfona acaba no centro por bailar.



E o violoncelo, da cachaça se faz irmão

Para xaxados e árias e duetos tocar.

E sem estremecer, acompanhar o violão.





Luz Trágica

No mar sereno e negro, do alto do farol,

A loira donzela, solitária se põe a sonhar.

Sonha com a luz plena do Arrebol,

Sonha com um marujo valente, casar



E do alto dos penhasco, de sol a sol,

Entoa seu triste e monótono cantar.

Pede às ondas um colar do coral do Atol,

Pede os beijos às vagas alegres do mar.;



E os dias passavam e passavam

E sem respostas ficava nossa donzela.

Que as rugas ‘inda mais sua face cortavam .



E solitária, cansou de tanto esperar.

E numa no meio da terrível procela,

Resolveu, assim, sua vida vazia



Luz Noturna

O Sol deita–se no horizonte – Lânguido.;

As estrelas vão despontando – Lúbricas.

E cautelosa, aparece a Lua – Mágica.;

Como os pirilampos dançando – Patéticos



Mas, nas campinas, os duendes cantam – Trágicos.;

As corujas voam de suas tocas – Náufragas.

Os fantasmas, percorrem as ruas – Lógicos.;

Como os soldados rubros – Soviéticos.



E as Bruxas, em seu esplendor – Único.;

Realizam seus conclaves – Orgiásticos,

Nesta lua nova no céu vermelho – Sôfrego.



E como se vida não passasse de um Sábado,

O Tempo corre para completar o seu Tráfego

E noite se finda, calma, ébria, serena – Báquica.





Luz Errante

Nos penedos distantes, do fim do mundo,

Nas rocas perdidas no reino de Neptuno.

Nos clarões do céu nublado e distante,

Nas ardentias pelas ondas errantes



Um sentimento esquecido, da canção ancestral,

Ouve-se nas vagas preguiçosas um palor austral

Que voga ao sabor da suave, suave viração,

Que voga na célere e morna imensidão.



E nas nuvens, em sua maldita caravela,

Suspensa no firmamento, nau vai partir

Triste, está a Desgraças com pandas velas.



É o fantasma da Holandês Voador, a cumprir

A sina da maldição. Em vão vencer a besta fera

Das Tormentas sem poder parar, sem poder desistir



Luz Tétrica

Os últimos fios partiram. Minh’alma é livre.

E agora, solta no espaço, caminho ao Nirvana.

E calmo meu espírito flutua em direção da luz

Divina que alimentaram minhas vãs esperança



Mas não vou ao Paraíso – tola Quimera –

Nem sigo rumo ao Inferno – Medo infantil –

Mas ao lado sinistro e sedutor, Ópio

Letárgico a quem minhas cinzas destinam.



Não fui santo para receber asas e altar,

Nem fui pior que os outros para arder

No imaginário fogo de minha culpa.



Fui simplesmente um Ser Humano:

Com suas Grandezas e Mesquinharias,

Na hora última, rumo firme ao grande NADA.





Luz Obscena

Agora, nas horas mortas, sob o lunar clarão,

À orgias meus amigos de copo e devassidão

Chama-me, a mais um festim no lupanar,

Para mais uma vez, nossa mocidade profanar.



Mas desta vez, hetaira, variaremos a sessão:

De nada serve-me às práticas de felação

Ou suas divinas práticas do pompoar,

Ou seu enebriante e voluptuoso beijar.



Ao jovem sem criatividade e imaginação,

Deixemos este pueril e tolo brincar

Quando a mulher é uma mina de emoção



E prazer ilimitado: só vê-la com assim descalçar

Seus pés mimosos, sinto explodir meu coração

E um raro e intenso orgasmo, em mim, chegar.



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