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Poesias-->1999 -- 22/07/2002 - 18:00 (Marcel de Alcântara) |
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Algumas poesias de 1999
Leve
Leve como música
Denso como bruma
Leve-me no seu bolso
Para onde você quiser
Eu sempre escaparei
Hoje não haverá desgosto
E como sempre te ouvirei
Mas seu ciúme louco tanto faz
Pois hoje estou leve estou em paz
Ajuda
Segure a minha mão
Eu também tenho medo
Um dia todos se vão
Eu te ajudo, eu prometo
O que eu falo eu faço
Ajude-me a te ajudar
Meu olhar não é falso
Eu nasci para te amar
Do que você precisa?
Não recalcitre, diga
É amizade,um conselho?
Um recanto só nosso?
Ou apenas um ouvinte?
Meu coração quer ser seu sócio.
Mãe
Uma alegre e linda moça
Pele da cor da neve
Olhos verdes e loira
Sua idade não reflete
A juventude que carrega
Em sua alma clara sua pele
Nos seus devaneios navega
Por mares brandos em barcos leves
Que às vezes voam
Entre o passado e o presente
Com a esperança sempre em mente
Mas suas lágrimas às vezes rolam
Por motivos que ignoro
Só sei que te amo minha mãe
Mais Além
O relógio na parede que cronometra
Minha morte lenta, antes desta talvez
Se detenha quando os homens que
Constroem o mundo se voltarem para
Outras esferas...
Formas angélicas por toda parte
Nos apontam seja na ciência ou na arte
Diversas e sublimes possibilidades
De uma vida menos tensa e nem por isso
Menos intensa
Se existe além de nossas parcas retinas
Outros cenóbios, outras moradas,
Acredito que o tempo não é um inimigo
Nem o homem um eterno réprobo
Vivendo alguns segundos sem sentido.
Anjos
É fácil constatar
Aqueles que vem para ajudar
Anjos que voltam a vida
Para fazer-nos ver a luz infinita
Mostrando-nos o caminho
No esforço e trabalho
No exemplo mais bonito
Do divino mestre crucificado
São bênçãos do céu
São amigos, parentes, anônimos
São pais, avós, irmãos e primos
São espíritos sinônimos
De luz e ascensão
De sabedoria e compreensão
Onde está o meu Amor?
Não mais seus beijos
Sua preocupação e imenso amor
Porque fostes tão cedo?
Não compreendo, só escuto a dor.
Se morrer faz parte da vida
Eu gostaria de partir primeiro
A saudade me paralisa
Sofro o tempo inteiro
E você minha querida, onde estás,o que sente?
No que acreditava agora eu duvido
No que duvidava agora acredito
Eu junto e observo os seus presentes
Seu retrato dorme comigo
Volta e conta o que se passa contigo.
Esperança
Chorar não alivia a dor
Tão intensa dor
Constante e persistente
De pensar, falar da pessoa ausente...
Seja como for é uma dor
E como toda dor, passa sempre
Por mais teimosa e inclemente
Um dia surge outra flor e nasce outro amor.
Dá um abraço?
O medo passa ao meu lado
Por um instante o receio deixa-me mudo
Falo ou não falo?
Estático na sua frente
O mundo todo parado
Uma brisa quente acaricia seus cabelos
E eu continuo hipnotizado
Seu sorriso maroto é um incentivo
Finalmente digo: dá um abraço?
O Silêncio é uma Prece
O iluminado brilha quando
Medita e o coração aquece
Pois o silêncio é uma prece
Cria anticorpos contra os percalços
Não precisam palavras, apenas atos
Quem fala demais não enxerga nem escuta
Não aprende, só repreende
Nem dialoga, só machuca.
Música
A música é como um poema
As notas precisam rimar
É sol com dó e lá com fá
É mi aqui e ré acolá
Se não casa é um problema
Desarmoniza,desafina
A música é como um poema
Emociona,ilumina
Encanta desde o rei à doméstica
Quem é músico também é poeta.
Marcel de Alcântara
Junho/Julho de 1999
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