Ontem me serviste um café preto e quente
acariciando meu corpo cansado da faina
e nada mais te dei além de um sorriso morno e breve
e um olhar distante na embriaguez profana.
E ficaste quieta aqui perto, pensando
no esconderijo das velhas respostas
enquanto eu chamava um sol desconhecido
pela fresta da porta anuviada
Com minha pele ardendo em ferida
com minha alma secando em sede
procurei, em teus olhos, a luz
Mas nas trevas que criei, cada passo
foi um prego que cravei, em teus braços
fiéis, abraçados em minha cruz.
|