“São como pássaros (...)
(...) Voando para o nada,
Na imensidão vazia, e cheia de sonhos,
Onde a vida começa e também termina,
Como bailarina que num gesto de emoção,
Salta e gira seu corpo frente à beleza,
De sua expressão musical,
Que chora, sorri, cai e se levanta.
Que mostra sua face para a platéia cega
Em palco sem público.; e num final de tudo sorri e agradece.
As chamas que consomem o corpo e a alma são na verdade,
o refresco do espírito alucinado pelo pecado prazeroso da loucura
Incessante do corpo!
O sopro divino nada mais é, senão, à vontade de Deus
Para que, quando na morte, enfim, use dois véus negros:
Um para que cubra minha cabeça, e
Outro para que cubra sua morte, e à leve comigo para a beira do rio.
Então, despindo-te toda, à beira de suas margens
--------- Peque! --------------------------
Sufocado no jardim do esquecimento
Junto ao teu corpo, sentindo teu cheiro molhado,
Colado em minha pele junto a tua.
Na perfeição loucurada e descabida da noite ençolarada pela Lua,
Que, brilhante, clama, grita também por teu nome, e
Te define como objeto de desejo e sensualidade.”
(WILLIANS PADILHA) |