Resta-me o teu semblante, insinuado
Nos traços frios dessa ossatura de tua face.
Redesenhado o teu sorriso, em qual disfarce
Tu me vestias de humor - dissimulado.
Olho-te o rosto, um belo rosto, petrificado.
E então me pego a relembrar o teu decesso.
Eu me atenho em afagar-te o osso convexo
Da conjunção de teu malar, desencarnado.
Eu te prefiro, ah meu amigo, em teu passado!
Quando tu eras a imagem de um presente,
Nosso presente eternamente acalentado.
Vendo-te agora, agora eu sei, sei o que sentes!
A solidão no ataúde - sepultado
Na mortandade do meu ser - evanescente.
|